Marun chama de hipócrita pré-candidato que fez impeachment e não defende governo

Temer reuniu-se com ministros e correligionários para discutir candidatura

O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) em entrevista coletiva no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress
Brasília

Após reunir-se com o presidente Michel Temer e outros integrantes do MDB na noite desta segunda-feira (7), o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) deixou o Palácio da Alvorada chamando de hipócritas pré-candidatos de partidos que trabalharam pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e agora tentam disputar a eleição sem defender o legado do governo que ajudaram a construir.

No jantar, a cúpula do MDB falou da possibilidade de alianças sem citar nomes, mas reforçou a intenção de lançar candidatura própria. Por ora, há duas opções: o próprio Temer ou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

"Temos dois nomes, ambos extremamente qualificados. Não estamos fechando possibilidade de conversa com outros candidatos, mas sem hipocrisia. Nós fizemos o impeachment. Nós, parlamentares e partidos, fizemos o impeachment, chegamos ao governo, montamos um governo de coalizão. É até hipócrita a atitude daqueles que pensam que, tendo feito o impeachment, tendo praticamente colocado o este governo, tendo participado do governo, agora podem disputar a eleição como se não fossem governo.

Esta é uma situação que foge da necessidade de realismo e verdade que entendemos que precisa estar na eleição", disse Marun, sem citar um candidato específico.

Quando indagado se algum candidato do centro já havia se disposto a defender o governo, o ministro afirmou que "até agora é aquela velha história: se ouve marqueteiro e quase que, em alguns momentos, se aceita ser boneco de ventríloquo sentado na perna de marqueteiro".

Questionado sobre a possibilidade de apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), com quem Temer conversou na semana passada, Marun disse que ela existe apenas se ele defender o legado da gestão emedebista.

"Se o Alckmin quiser o apoio do governo, tem que defender o governo. Quem quiser defender o apoio do governo tem que defender o governo, exaltar o que fizemos juntos. PSDB foi governo até esses dias", afirmou o ministro de Temer.

Participantes do jantar disseram que, em determinado momento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também tenta viabilizar sua candidatura, foi alvo de críticas de Marun. O ministro reclamou em uma roda de conversa, segundo a Folha apurou, que Maia não estava trabalhando para tocar a pauta econômica do governo na Casa que comanda.

Mais cedo, Temer reuniu líderes da base aliada no Palácio do Planalto para tratar da pauta de votações, que caminha lentamente desde o início do ano por causa das atenções voltadas às eleições.

PATINANDO

Após o jantar, Marun relativizou o desempenho pífio de Temer e Meirelles nas pesquisas de intenção de voto, disse que todos os pré-candidatos do centro político estão "embolados" e que "neste campo, ninguém se destaca".

"Não é necessário que as candidaturas se mostrem viáveis. Viabilidade numa candidatura de bom senso só vai aparecer no momento da eleição. Até lá, é isso que estamos vendo. Todo mundo patinando diante desta campanha de criminalização da política da qual estamos sendo vítimas", afirmou Carlos Marun.

No jantar, o comando do MDB falou sobre a importância de se unificar o partido e elencou feitos do governo, que completa dois anos no dia 12 de maio.

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