Descrição de chapéu Eleições 2018

Movimento organizado por filiados à Fiesp defende candidatura de Skaf à Presidência

Emedebista é pré-candidato ao governo de São Paulo, cargo que já disputou outras duas vezes

José Marques
São Paulo

Nos últimos meses, empresários de São Paulo têm recebido telefonemas com pedidos de reforço em mobilização para que o presidente da Fiesp (Federação de Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf (MDB), seja candidato ao Palácio do Planalto.

As ligações são de um movimento de outros empresários, cerca de 50 pessoas filiadas à própria Fiesp, inclusive membros da diretoria.

Esse grupo acredita que conseguirá, de última hora, alavancar Skaf como o candidato “outsider” que parte da população deseja nas pesquisas de opinião. Atualmente, o emedebista é pré-candidato ao governo de São Paulo, cargo que já disputou outras duas vezes, em 2010 e 2014, e perdeu.

O movimento pró-Skaf, que se reúne toda semana, faz questão de dizer que não responde pela Fiesp. Por insistência, tenta alimentar no emedebista o desejo de tentar concorrer à Presidência e ir de encontro a outros possíveis candidatos do partido, como o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

“Dentro do MDB, quem tem mais votos é o Skaf”, diz o presidente do Sindinstalação, José Silvio Valdissera, em uma comparação com outros pré-candidatos do partido. Cita que Skaf teve 4,5 milhões de votos em 2014 —21% dos votos válidos em São Paulo.

“Ele é muito respeitado pelos empresários. A campanha contra o aumento de impostos foi um sucesso que o Brasil inteiro teve conhecimento. O pato foi inflado em vários estados”, relembrou.

Além do pato inflável, que se tornou um dos símbolos do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os empresários afirmam que uma das bandeiras que o presidente da Fiesp poderia usar é a luta contra a CMPF. À época, ele organizou um abaixo-assinado pelo fim da contribuição. Outra qualidade apontada pelos apoiadores é a capacidade de articulação do presidente da Fiesp, que completa 14 anos no cargo.

O movimento tenta emplacar a ideia de que Skaf é um nome nacional e diz que, em uma das reuniões da federação, ele apresentou pesquisas que apontavam que 3,5% da população reconhece seu nome —isso de forma espontânea, sem haver uma tabela com alternativas apresentada ao entrevistado.

“E olha que ele foi lançado ainda”, anima-se Carlos Trombini, presidente do Sindratar (que representa a indústria de refrigeração).

Procurado, Skaf disse por meio de nota que agradece a manifestação dos amigos, mas que tem como missão “buscar o governo de São Paulo”.

“Além disso, o MDB já lançou à presidência Henrique Meirelles, que conta com todo o meu apoio”, afirmou.

Há um mês, o grupo pediu uma reunião com Skaf especificamente para discutir o movimento em seu favor. Segundo contam, o presidente da Fiesp não se opôs à ideia.

De acordo com Valdissera, Skaf afirmou, na ocasião que estava lisonjeado, mas que é “um homem de partido” e “é uma coisa que não depende de mim.”

O movimento pró-Skaf já organizou para início do próximo mês um jantar com empresários da Firjan (Federação de Indústrias do Rio de Janeiro) em prol da possibilidade de candidatura.

Os “skafistas” sabem que, entre outras acusações, o presidente da Fiesp é investigado por caixa dois na campanha ao governo em 2010. No entanto, dizem acreditar não houve interferência direta de Skaf em supostas irregularidades. A defesa do emedebista também tem negado as acusações.

O movimento também sabe que, apesar de todo esforço, terá dificuldades em emplacar o nome de Skaf nacionalmente —e dentro do MDB— a tão pouco tempo das eleições. Mas seus membros afirmam que não desistir até o prazo das convenções, que se inicia em 20 de julho.

“Se o Skaf for eleito governador, já vamos estar muito satisfeitos, porque consideramos o segundo cargo mais importante da República”, disse Valdissera. “Apenas gostaria que ele se colocasse presidente, porque somos conhecedores da capacidade dele.”

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