Na base da oração, Marcha para Jesus tenta driblar efeitos da greve

Paralisação dos caminhoneiros ameaça trios elétricos e caravanas

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São Paulo

“Deus é fiel! Eles já estão a caminho”, celebrou a bispa Sonia Hernandes, num culto de sua igreja, a Renascer em Cristo, neste domingo (26).

25ª edição da Marcha para Jesus, em 2017
25ª edição da Marcha para Jesus, em 2017 - Avener Prado/Folhapress

Despachados para São Paulo estavam, finalmente, equipamentos que serão usados no principal evento do calendário evangélico do Brasil, organizado pela Renascer. 

Não está sendo fácil colocar em marcha a Marcha para Jesus 2018, que percorrerá 3,5 km em São Paulo nesta quinta-feira (31). Não em meio a uma greve de caminhoneiros que paralisa rodovias e ameaça o combustível tanto dos 11 trios elétricos programados para o dia quanto dos ônibus que transportarão centenas de caravanas, muitas do interior de São Paulo.

Percalços à parte, "estamos orando pelo país e pelos caminhoneiros que estão na estrada, que estão  neste grande movimento que é de direito", diz um dos organizadores, Marcelo Aguiar (DEM-SP), suplente de deputado federal e cantor que iniciou sua carreira gospel na banda Renascer Praise.

Faltavam 2 dias, 5 horas e 26 minutos para a 26ª edição da Marcha para Jesus, como apontava a contagem regressiva no site oficial do evento, quando o bispo Geraldo Tenuta ligou para a repórter da Folha. Bispo Gê, como é conhecido, queria assegurar que, apesar do atraso, tudo daria certo no final.

“Três trios já saíram de Ribeirão Preto, quatro sairão hoje à noite de Curitiba, dois já estão na capital [paulista]. Só dois continuam em Minas, que está com bloqueio [de estradas]”, afirmou ele, que é presidente da Renascer.

Outra “situação delicada” já foi contornada: a montagem do palco que receberá estrelas do cancioneiro gospel como Aline Barros e Damares, na praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, zona norte paulistana. Parte da estrutura tinha ficado retida pela paralisação, diz Gê.

Fundador da Renascer ao lado da esposa, a bispa Sonia, o apóstolo Estevam Hernandes exaltou “o hiper mega palco sendo montado para honra e glória do Senhor”.

A expectativa de público não desidratou por conta da greve, segundo Gê. “O que a gente tem como facilitador: o grande contingente que vem para a Marcha é da cidade de São Paulo mesmo, e o metrô sempre foi nosso maior aliado”. A organização também conversa com as caravanas para ninguém “abrir mão de vir”, afirma.

“Como o povo é evangélico, o estímulo é maior do que se fosse apenas um evento qualquer. A nossa disposição é transpor qualquer barreira.”

A escalada da greve tem feito várias igrejas suspenderem cultos.

Em redes sociais, o pastor Silas Malafaia anunciou que, “velando pela segurança pública” daqueles que não teriam como se locomover livremente, cancelaria eventos como a Vigília da Resposta. Suas pregações virtuais incluíram o tema “a crise no Brasil é culpa do pecado do povo?”.

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