O presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, foi cobrado nesta quarta-feira (23) pelo preço dos combustíveis e pela paralisação nacional dos caminhoneiros.
Durante evento na capital federal, prefeitos e vereadores pediram uma explicação ao ex-ministro da Fazenda no final de palestra sobre suas propostas para o país.
Em entrevista à imprensa, Meirelles reconheceu que a situação é séria e que a redução de tributos, como a Cide, é parte de uma solução para o quadro atual.
As manifestações espalhadas pelo país têm impactado a produção de veículos, a distribuição de combustíveis e alimentos e paralisado a operação de aeroportos.
"É discutida a questão dos impostos. Eu acho que, de fato, é uma coisa que tem de ser olhada e é uma parte muito importante da solução", disse.
O presidenciável observou, contudo, que a Petrobras não pode ser penalizada por um aumento do preço do petróleo em todo mundo.
"Tem de se preservar a Petrobras. Ela não pode pagar o preço de aumento do petróleo. A função dela é extrair e distribuir. Ela não tem a função de bancar custo de petróleo", disse.
Perguntado, Meirelles não quis responder se, diante de um quadro de urgência, o presidente Michel Temer deveria zerar a Cide antes da aprovação de proposta de reoneração da folha de pagamento.
Para ele, a questão da elevação dos preços só poderá ser resolvida em longo prazo com a realização de uma reforma tributária.
"Tudo isso tem de ser resolvido na questão da carga tributária. Temos de criar um sistema flexível e sem prejuízo do equilíbrio das contas públicas. Para que a carga tributária funcione como um amortecedor da questão dos preços dos combustíveis", disse.
Prometida no começo de 2017, contudo, a reforma tributária do MDB não saiu do papel e não há perspectiva de ser feita neste ano.
No evento, Meirelles ainda rebateu o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, segundo o qual a proposta do teto de gastos instituída pelo emedebista "não é razoável".
Segundo o ex-ministro, a avaliação do tucano é um "equívoco muito grande" e o limite sobre os gastos públicos foi o primeiro passo para restaurar a confiança no país.
"Se não fizesse o teto, nós teríamos despesas públicas subindo de maneira insustentável, juros altos, inflação elevada e recessão", disse.
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