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Promotora pede que agressão em ato em frente ao Instituto Lula vá a júri popular

Cristina Hodas avalia que houve tentativa de homicídio no caso

São Paulo

A promotora de Justiça Cristina Hodas avalia que houve tentativa de homicídio na agressão em ato em frente ao Instituto Lula, em 5 de abril. Ela pede que o caso vá a júri popular.

Naquele dia, quando foi decretada a prisão do ex-presidente Lula, o empresário Carlos Alberto Bettoni sofreu agressão após insultar o senador petista Lindbergh Farias.

Bettoni teve traumatismo craniano, foi operado e ficou mais de duas semanas internado na UTI do hospital São Camilo, em São Paulo. No final de abril, foi para casa, com restrições de autonomia.

O episódio resultou no indiciamento do ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, seu filho Leandro Eduardo Marinho e Paulo Cayres, secretário nacional do Setorial Sindical do PT. São suspeitos de lesão corporal dolosa.

Para a promotora, porém, tratou-se de tentativa de homicídio com dolo eventual, crime que vai a júri popular. 

“Requeiro a remessa destes autos ao Juízo do Tribunal do Júri, com competência para investigação e posterior processamento.” O pedido ainda será analisado pela Justiça.

“Considerando-se que a vítima em nenhum momento esboçou atitude combativa contra os averiguados e, apesar de sofrer com socos, empurrões e chutes dos três agentes, não tentou revidar, apenas se esquivou dos golpes, ao passo que os agentes empurraram-na deliberadamente para a rua [...] e, especialmente, pela atitude dos inquiridos de simplesmente não prestar nenhum socorro à vítima, aceitando passivamente sua morte, mesmo estando o hospital praticamente no mesmo endereço, é prova clara do dolo eventual de homicídio dos três agressores.”

Hodas solicita, então, o envio dos autos ao Tribunal do Júri.

“Ante o exposto, requeiro a remessa destes autos ao Juízo do Tribunal do Júri, com competência para investigação e posterior processamento pelo crime de homicídio doloso tentado praticado em concurso de agentes.”

Após ser indiciado, Maninho do PT, ex-vereador de Diadema (SP) lamentou o ocorrido e disse que tem sofrido retaliações.

“Por conta das vinculações que têm sido feitas pelas mídias, onde está sendo reproduzida somente uma parte da situação, a família tem sofrido hostilização e retaliação por parte da população”, afirmaram, em nota, advogados de Maninho do PT.

O ex-vereador hoje é assessor parlamentar do deputado estadual Teonilio Barba (PT).

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