Descrição de chapéu Eleições 2018

Com briga apertada por 2º lugar, Tocantins terá novo turno na eleição estadual

Mauro Carlesse disputará com Vicentinho Alves, que registrou diferença pequena para Carlos Amastha

Cecília Santos
Palmas

O governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS-TO), e o senador Vicentinho Alves (PR-TO) irão disputar o segundo turno nas eleições suplementares do estado.

O governador interino Mauro Carlesse (PHS-TO) em campanha no Tocantins (Divulgação)
O governador interino Mauro Carlesse (PHS-TO) em campanha no Tocantins - Divulgação

Com 100% das urnas apuradas, Carlesse saiu na frente no primeiro turno, neste domingo (3), com 30,31% dos votos, mas o segundo colocado só foi conhecido oficialmente quando mais de 98% dos votos foram computados.

A diferença entre Vicentinho e o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB-TO) foi pequena. Durante a apuração, os dois candidatos se alternavam entre segundo e terceiro lugar. Nas redes sociais, ora um grupo comemorava, ora outro.

No fim, Vicentinho ficou com 22,22% dos votos, e Amastha, que renunciou à prefeitura em abril para participar do pleito, acumulou 21,41% —na prática, uma diferença de 4.655 votos.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou a realização de eleições suplementares depois de cassar o mandato do governador Marcelo Miranda (MDB-TO) por caixa dois na campanha de 2014.

Sem o suporte do Partido dos Trabalhadores no Tocantins e com uma coligação de legendas menores (Avante, PSC, PEN, PSD e PDT), a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) ficou em quarto lugar na disputa, com 15,66% dos votos.

Kátia, porém, teve o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente escreveu carta na prisão declarando apoio à pedetista, “por dever de gratidão à lealdade” dela com Dilma Rousseff (PT).

A senadora foi ministra da Agricultura durante o governo da petista e apoiou a ex-presidente no processo do impeachment. Segundo a assessoria de imprensa, ela recebeu com serenidade o resultado, agradeceu à militância e disse que continuará defendendo os interesses do Tocantins no Senado.

O ex-juiz Márlon Reis (Rede-TO), um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, teve 9,91% dos votos. Marcos Souza (PRTB) fechou com 0,49%. Mário Lúcio (PSOL-TO) concorreu com registro de candidatura sub judice (pendente de decisão judicial) e seus votos foram considerados nulos.

Primeiro colocado, Carlesse era presidente da Assembleia Legislativa e assumiu em abril o governo do estado, posto que continua ocupando interinamente.

O deputado estadual tem apoio de uma das mais tradicionais lideranças políticas do estado, o ex-governador Siqueira Campos (DEM). "Agradeço à população a confiança, mas o trabalho continua e ainda temos o segundo turno para garantir a estabilidade que o Tocantins quer e precisa", disse Carlesse neste domingo, pregando respeito e humildade.

Com o apoio do MDB, partido do ex-governador cassado, Vicentinho acredita que, com o tempo de propaganda eleitoral na televisão nivelado, sua campanha deverá crescer. 

"Me lancei com 35 dias, foi uma campanha muito em cima. Concorri com candidatos que estavam há dois anos lançados. Tivemos um tempo de televisão mínimo, quase não aparecíamos. Agora vou poder apresentar as nossas propostas de governo", afirmou.

A abstenção foi alta: 30,14% dos eleitores não compareceram às urnas, 17,13% votaram nulo e 2,06%, em branco.

A campanha para o segundo turno começa já nesta segunda-feira (4). Os eleitores voltam às urnas no dia 24 de junho, e o eleito tomará posse em julho para um mandato até dezembro. O estado participará normalmente da eleição regular de outubro.

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