Exposição marca os 86 anos da Revolução de 1932

Acervo tem cerca de 70 itens que contam a história do movimento

Géssica Brandino
São Paulo

O inquérito policial original que registrou as ocorrências num protesto contra Getúlio Vargas na praça da República, centro de São Paulo, no dia 23 de maio de 1932, está entre os itens da exposição “Hoje e sempre”, aberta nesta segunda (18) no Tribunal de Justiça de São Paulo, na praça da Sé, em homenagem aos 86 anos da Revolução de 1932.

O documento registra a morte de Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo Camargo de Andrade, cujas iniciais formam a sigla MMDC, nome dado ao movimento em defesa da Constituição iniciado em 9 de julho de 1932.

Além do inquérito, o acervo exposto tem cerca de 70 itens que contam a história do movimento, como um caderno com anotações de presos paulistas, fotos e recortes de jornal que mostram a participação das mulheres na luta e itens de doadores da “campanha do ouro”, em que paulistas de várias cidades doaram joias para ajudar nas despesas do combate.

Uma bandeira mostra o brasão de armas de São Paulo, adotado em agosto daquele ano, com a inscrição “Pro São Paulo fiant eximia” (“Por São Paulo façam-se grandes coisas”). A ideia não foi aprovada pelo então governador e São Paulo foi substituído por “Brasil” na inscrição.

A participação do Judiciário paulista também é destacada. Numa folha amarelada está o discurso feito pelo promotor Ibrahim Nobre em 3 de outubro de 1932, um dia após o fim do confronto, em que diz “Vencidos, não!”. Ao lado, está o trecho da fala do então presidente do TJ, Manoel da Costa Manso. O capacete do filho do magistrado, que lutou na revolução, também faz parte da mostra.

O coordenador do museu do tribunal, Bruno Bettine, conta que a corte também recebeu itens de colecionadores e do público. O mais icônico deles é uma matraca original. “Como São Paulo já estava com pouco armamento, a matraca simula o barulho de uma metralhadora, então as tropas paulistas usaram em larga escala esse instrumento. Isso também foi importante para negociar o fim do conflito armado.”

A exposição é gratuita e pode ser visitada de segunda à sexta, das 12h30 às 18h30, até 19 de julho.

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