Governo diz em vídeo que tinha de resolver crise, mesmo que gere impopularidade

Atores dizem que gestão do MDB é apenas uma ponte, e que tratamento é lento e amargo

Daniel Carvalho
Brasília

O Palácio do Planalto começou nesta semana a divulgar vídeos nas redes sociais em defesa do governo Michel Temer.

Até o momento, foram veiculadas duas peças de pouco mais de dois minutos. Nelas, atores dizem que “o tratamento é lento e amargo”, que alguém tinha que resolver, e isso gera “a tal da impopularidade” e que atual administração é uma “ponte”, que tira da “lama” e leva a um “lugar legal”.

“Para trazer soluções sólidas e definitivas é assim mesmo: o tratamento é lento e amargo. É como se o governo estivesse reformando a casa com a pessoa morando dentro. Imagina o inferno”, afirma um ator.

Em outro trecho, ele fala que todos ficam irritados por tantos anos e de crise, mas afirma que alguém tinha de resolver essa situação “mesmo que isso gerasse a tal da impopularidade”.

Segundo pesquisa Datafolha, o governo Michel Temer é reprovado por 82% dos brasileiros.

Ao final, o ator da primeira propaganda prega o discurso de unidade nacional.

“Todos temos que trabalhar juntos, porque, quanto mais tentam enfraquecer o governo, quem mais fica fraco é o Brasil”, encerra o ator.

A outra peça divulgada é protagonizada por uma jovem. Ela relata o cenário de crise econômica do final do governo Dilma Rousseff, sem citar nominalmente a petista.

“Inflação explodindo, investidores fugindo, juros estratosféricos, milhões de brasileiros desempregados e todos os outros, de qualquer classe social que fossem, passando por um sufoco terrível”, diz a atriz.

“Agora, pensa nesse cenário: todo mundo irritado, estressado, cansado, descontente com a vida e aí chega esse governo e tem que assumir esse pepino”, prossegue ela.

Ela diz que em economia não existe solução mágica e que as soluções, às vezes, “vão demorar um pouquinho até chegar na gente”.

“Por mais que o governo tenha feito tudo isso, está todo mundo irritado, com raiva mesmo. Raiva de tudo, raiva de todos e, no final das contas, sobra para todo mundo”, diz a atriz.

Ela explica que os efeitos das medidas do governo serão sentidos somente no futuro porque esta administração é uma “ponte”.

“A gente tem que entender que a gente só vai sentir os efeitos depois por isso, esse governo sempre se colocou como uma ponte, já sabia que era uma tarefa inglória, que ia levar pedrada de todo o canto, que seria impopular mesmo porque uma ponte é uma coisa que te tira da lama e te leva para um lugar legal”.

“Ela não é um lugar legal em si, mas sem ela não dá para chegar do outro lado. O problema é que a gente só enxerga isso depois que atravessou”, conclui a atriz.

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