A Justiça Federal prorrogou por cinco dias a prisão do ex-presidente da Dersa e ex-secretário estadual no governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) Laurence Casagrande Lourenço, que foi detido na Operação Pedra no Caminho sob a suspeita de envolvimento em fraudes e desvios nas obras do trecho norte do Rodoanel.
A decisão foi proferida na noite desta segunda-feira (25) também em desfavor de outros cinco ex-funcionários e atuais servidores da Dersa: Pedro da Silva, Benedito Aparecido Trida, Pedro Paulo Dantas do Amaral Campos, Adriano Trassi e Edison Mineiro Ferreira dos Santos.
A medida ainda manteve detido Valdir dos Santos Paula, indicado pela Procuradoria como operador financeiro do suposto esquema criminoso.
O prazo das prisões temporárias dos investigados terminava nesta segunda, mas o Ministério Público e a Polícia Federal pediram a prorrogação das detenções por mais cinco dias.
Segundo as autoridades, a medida é necessária para que sejam ouvidos todos os investigados e testemunhas indicadas por eles. A Polícia Federal citou a necessidade de colher novos depoimentos de duas ex-secretárias de Lourenço na Dersa que afirmaram que ele determinou em algumas ocasiões a trituração de documentos.
Na sexta-feira (22), a juíza havia determinado a libertação de oito dos 15 presos na operação, após o Ministério Público Federal ter alegado que não havia mais interesse na prisão deles para o andamento das investigações.
Segundo a PF e a Procuradoria, a estatal paulista Dersa assinou na gestão de Geraldo Alckmin aditivos irregulares nas obras do Rodoanel que levaram a prejuízos de mais de R$ 600 milhões.
De acordo com as investigações, foram beneficiadas pelos aditivos as construtoras OAS e Mendes Júnior, que já são investigadas na Operação Lava Jato.
Outro lado
O advogado de Lourenço, Eduardo Carnelós, disse receber com indignação a medida de prorrogação da prisão.
"Essa decisão aumenta a convicção de que estou diante de uma das maiores injustiças em toda minha carreira", disse o criminalista sobre a situação de seu cliente.
A Folha não conseguiu fazer contato com as defesas dos outros investigados na madrugada de terça (26).
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