Justiça prorroga prisão de ex-secretário de Alckmin

Decisão ocorre no âmbito da operação da PF que apura desvios nas obras do trecho norte do Rodoanel

Flávio Ferreira
São Paulo

A Justiça Federal prorrogou por cinco dias a prisão do ex-presidente da Dersa e ex-secretário estadual no governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) Laurence Casagrande Lourenço, que foi detido na Operação Pedra no Caminho sob a suspeita de envolvimento em fraudes e desvios nas obras do trecho norte do Rodoanel.

A decisão foi proferida na noite desta segunda-feira (25) também em desfavor de outros cinco ex-funcionários e atuais servidores da Dersa: Pedro da Silva, Benedito Aparecido Trida, Pedro Paulo Dantas do Amaral Campos, Adriano Trassi e Edison Mineiro Ferreira dos Santos.

A medida ainda manteve detido Valdir dos Santos Paula, indicado pela Procuradoria como operador financeiro do suposto esquema criminoso. 

Obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo
Obras do trecho norte do Rodoanel em São Paulo - Danilo Verpa - 20.jun.2018/Folhapress

O prazo das prisões temporárias dos investigados terminava nesta segunda, mas o Ministério Público e a Polícia Federal pediram a prorrogação das detenções por mais cinco dias.

Segundo as autoridades, a medida é necessária para que sejam ouvidos todos os investigados e testemunhas indicadas por eles. A Polícia Federal citou a necessidade de colher novos depoimentos de duas ex-secretárias de Lourenço na Dersa que afirmaram que ele determinou em algumas ocasiões a trituração de documentos. 

Na sexta-feira (22), a juíza havia determinado a libertação de oito dos 15 presos na operação, após o Ministério Público Federal ter alegado que não havia mais interesse na prisão deles para o andamento das investigações.

Segundo a PF e a Procuradoria, a estatal paulista Dersa assinou na gestão de Geraldo Alckmin  aditivos irregulares nas obras do Rodoanel que levaram a prejuízos de mais de R$ 600 milhões.

De acordo com as investigações, foram beneficiadas pelos aditivos as construtoras OAS e Mendes Júnior, que já são investigadas na Operação Lava Jato.

Outro lado

O advogado de Lourenço, Eduardo Carnelós, disse receber com indignação a medida de prorrogação da prisão.

"Essa decisão aumenta a convicção de que estou diante de uma das maiores injustiças em toda minha carreira", disse o criminalista sobre a situação de seu cliente. 

A Folha não conseguiu fazer contato com as defesas dos outros investigados na madrugada de terça (26).

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