O pré-candidato do MDB ao governo paulista, Paulo Skaf, negou uma eventual aliança com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ), como foi aventado nos últimos dias.
“Não é fato. Nem conheço pessoalmente o candidato Bolsonaro”, afirmou ele ao participar nesta sexta-feira (8) da série de sabatinas promovidas por Folha, UOL e SBT.
O presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) afastou a possibilidade de dar palanque para Bolsonaro no estado. Skaf disse que seu candidato na eleição presidencial é o mesmo de seu partido, o ex-ministro Henrique Meirelles.
“Tenho respeito por ele [Bolsonaro], ele tem 20, 25% nas pesquisas”, ponderou. "Ele fez um gesto e disse que é simpático à minha candidatura. Eu só tenho a agradecer."
Skaf também fez elogios ao postulante de seu partido. Disse que o ex-titular da Fazenda "é um homem preparado, tem conhecimento, correto, honesto, inteligente". Mas fez um reparo: "Ele pode não ter aquele desempenho no discurso, em falar, mas o Brasil não está precisando disso. O Brasil está precisando é de trabalho."
Na entrevista, o pré-candidato tentou se descolar da imagem do presidente Michel Temer. Ele reconheceu que o governo do colega de legenda enfrenta forte desgaste e tem pouca popularidade, embora tenha feito reformas importantes, em sua avaliação.
O pré-candidato buscou fazer o discurso de que candidatos estão acima de siglas. Com isso, se esquivou de responder se será “o candidato de Temer” na eleição estadual.
Para ele, não só o MDB, mas todos os partidos estão com a imagem péssima. “Esse negócio de padrinhos, esse negócio de partidos, já não deu certo no Brasil. As pessoas votam para pessoas”, disse. "Tenho a minha história, nunca tive padrinhos políticos. E tenho certeza de que o eleitor vai votar na pessoa. Se for eleito, eu que serei o governador."
O emedebista afirmou que está na política “para olhar para a frente” e que sua preocupação “é o estado de São Paulo”. Ele não informou quais partidos vão compor sua coligação, mas disse estar aberto a siglas compatíveis com seus objetivos.
“Se for para fazer da mesma forma [de outros políticos], distribuindo favores, cargos, [não quero]. Quero fazer diferente”, afirmou, acrescentando que não atua à base de troca de favores. “Eu não entrei na política para destruir, eu entrei para construir.”
Adversários
O emedebista disse que respeita e se dá bem com seus futuros adversários na corrida —e foi diplomático ao falar deles.
“Se ele tivesse cumprido [o compromisso], ele não estaria com 60% de rejeição na cidade de São Paulo. O eleitor é que vai julgar”, disse sobre João Doria (PSDB), que largou a prefeitura da capital para tentar o Palácio dos Bandeirantes.
Presidente da Fiesp e também do Sesi e Senai do Estado (o Serviço Social da Indústria e Serviço Nacional de Aprendizagem Industriais), se licenciou dos postos na quarta-feira (6) para disputar a eleição.
A Fiesp está sob o comando de Skaf desde 2004 e, como mostrou a Folha, costuma intensificar suas aparições em publicidades dos órgãos em anos pré-eleitorais.
Ele disse na sabatina que não houve autopromoção com os anúncios e que a decisão de fazer as propagandas surgiu após a constatação de que as entidades eram desconhecidas da população.
Na série de entrevistas, Luiz Marinho (PT) e Márcio França (PSB) já foram ouvidos. João Doria (PSDB) será sabatinado na segunda (11).
Skaf deve concorrer pela terceira vez ao governo de São Paulo. Em 2010 e 2014, foi derrotado pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O emedebista disse que a chance de abrir mão de disputar o cargo de governador em outubro para tentar o Senado é zero. “Eu sei bem o que quero”, afirmou, dissipando rumores de que poderia desistir da briga pelo Bandeirantes.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.