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Presidenciáveis pregam reforma de tributos a prefeitos de MG; deputado representa Lula

Pré-candidatos defenderam reforma tributária e reforma do pacto federativo

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Belo Horizonte

A centenas de prefeitos, vereadores e secretários no 35º Congresso Mineiro de Municípios, seis pré-candidatos à Presidência defenderam basicamente as mesmas propostas, seguindo o interesse da plateia: melhor distribuição de recursos para os municípios. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorre ao Planalto, mas está preso em Curitiba, foi representado pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG). O parlamentar entregou uma carta de compromissos do petista aos organizadores do evento e discursou, mas foi vaiado ao final.

Lopes defendeu a revogação do teto de gastos e criticou as reformas, ambas medidas do governo Michel Temer (MDB). "A renda familiar é base da economia e se é atacada nas reformas trabalhista e da Previdência, a economia diminui", disse.

Ciro Gomes palestrando
O ex-ministro e pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) durante palestra 35º Congresso Mineiro de Municípios - Carolina Linhares/Folhapress
 
 

Também propôs a realização de obras públicas para puxar o setor privado e gerar oito milhões de empregos em quatro anos. Assim como os presidenciáveis, Lopes defendeu maior participação dos municípios no bolo de arrecadação tributária. 

Propostas de reforma tributária, simplificando impostos, e de reforma do pacto federativo, com descentralização de recursos e de competências, dominaram o debate. 

Segundo Álvaro Dias (Podemos), os municípios recebem demandas, mas não os recursos compatíveis para atendê-las e são "reféns de ir a Brasília com o pires na mão". "É preciso um sistema progressista para tributar mais a renda que o consumo e passar automaticamente aos municípios o que lhes cabem."

Ciro Gomes (PDT) também defendeu mais taxação da renda e aumento do imposto sobre heranças para aumentar a verba de municípios, além do partilhamento com os municípios de contribuições sociais, como PIS/Cofins. 

O pedetista afirmou ainda que o país precisa se reindustrializar para crescer. Ciro, porém, se irritou por ser interrompido quando seu tempo de fala acabou e discutiu com a plateia, deixando o evento vaiado e antes do previsto.

Ciro chegou acompanhando do ex-prefeito de BH e pré-candidato ao governo de Minas, Márcio Lacerda (PSB). Lacerda já tem o apoio do PDT formalizado e é cotado para a vaga de vice de Ciro. O pedetista o cumprimentou no palco como "futuro governador". 

Paulo Rabello de Castro (PSC) pregou, além da reforma tributária simplificadora, reforma administrativa e da Previdência. "No dia 2 de janeiro, vamos ter pronta a emenda convocatória da revisão constitucional da Carta de 1988. [...] Ela nasceu para ser municipalista, mas ainda é colonizante dos municípios."

Geraldo Alckmin (PSDB) incluiu na lista de reformas a política, defendendo o voto distrital ou distrital misto. Também apresentou obras de infraestrutura de rodovias e rodovias como solução para gerar emprego. "A primeira tarefa é fazer o país voltar a crescer e investir", disse. 

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que concorre ao governo de Minas, acompanhou Alckmin no evento.

Marina Silva (Rede) também esteve ao lado do candidato da Rede ao governo de Minas, João Batista dos Mares Guia. Ela defendeu maior partilha de recursos aos municípios, descentralização e simplificação os tributos. 

Falou ainda sobre uma reforma política que acabe com a reeleição e criticou a polarização na política. 

Henrique Meirelles (MDB) criticou políticas equivocadas dos governos passados e disse que a economia precisa crescer para que a arrecadação cresça e, assim, também aumente a transferência de recursos aos municípios. Ele também defendeu reforma tributária e diminuição das despesas federais. 

"A solução é, primeiro a economia cresce, cresce a arrecadação dos municípios, segundo vamos fazer as reformas fundamentais, com isso cai as despesas do governo federal, abrindo espaço para a discussão do pacto federativo, aumentando a participação dos municípios."

Meirelles disse querer ser presidente para garantir que o país não entre em crise de novo. "Para fazer o que tem que ser feito para o Brasil gerar emprego, para aumentar a renda das pessoas e para não deixar que a inflação suba", completou.

O emedebista chegou acompanhado do vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MDB), que é pré-candidato ao governo do estado. 

O pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) não participou do evento. Guilherme Afif Domingos (PSD) chegou a confirmar presença, mas não compareceu. 

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