Descrição de chapéu Eleições 2018

PSDB minimiza Datafolha, PT diz que voto em Lula é sólido e Marina celebra resultado

Pesquisa mostra que todos os candidatos se mantiveram estáveis desde última pesquisa do instituto

Daniel Carvalho
Brasília

Tucanos querem aproveitar o quadro de estagnação geral dos pré-candidatos à Presidência para minimizar a pressão interna sobre o nome do PSDB para a disputa, Geraldo Alckmin (SP).

A quatro meses da eleição, o ex-governador de São Paulo marcou 7% das intenções de voto no levantamento do Datafolha divulgado neste domingo (10).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba, lidera com 30% no cenário em que está citado. Nos cenários sem ele, Jair Bolsonaro (PSL) aparece em primeiro, com 19%, seguido por Marina Silva (Rede), que varia entre 10% e 15% e Ciro Gomes (PDT), marcando de 10% a 11%.

A intenção do núcleo da campanha tucana é mostrar para aqueles que reclamam internamento do desempenho de Alckmin que o cenário não sofrerá alterações até o início da propaganda na TV, em 31 de agosto.

Um dos principais aliados do pré-candidato ponderou que nem a crise das últimas semanas, provocada pela paralisação dos caminhoneiros, mexeu nos indicadores eleitorais e que não há previsão de nenhum fato novo para alterar o cenário nos próximos meses.

Em abril, data da pesquisa anterior, Alckmin oscilava entre 6% e 8% em todos os cenários levantados pelo instituto. Agora, oscila entre 6% e 7%, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). Ele empata com Ciro Gomes (PDT) apenas no cenário com Lula. Sem o petista, ele fica trás de Ciro nos demais.

“Não há motivo para as curvas se mexerem. Ninguém tem ferramenta para sensibilizar a massa. O brasileiro, a maioria esmagadora do eleitorado, não está nem aí para a eleição neste momento. Temos uma crise econômica aguda ainda que interfere no cotidiano da população. Há uma mistura de revolta com o que a Lava Jato revelou, desalento e desesperança. Mas o cidadão médio está preocupado em ter auxílio, melhorar no trabalho, achar emprego, jogar pelada no fim de semana. Eleição não está no cardápio de 90% dos brasileiros”, ponderou o deputado Marcus Pestana (MG), secretário-geral do PSDB.

Agora, além de cuidar das alianças nos estados, o partido também tenta costurar apoios para a disputa nacional. Na semana passada, lançaram um manifesto em que pregam a unidade do “polo democrático”.

Em outras palavras, reforçam o discurso de que a pulverização de candidaturas do chamado centro político é prejudicial. A maioria das candidaturas do polo não sai do 1% das intenções de voto, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB).

O PSDB tenta conquistar o apoio do DEM, aliado histórico com quem mantém alianças regionais.

O partido de Rodrigo Maia, no entanto, ainda mantém a candidatura nacional, embora, ciente de que ela não irá até o final, conversa com partidos como PSDB e PDT.

Alckmin diz já ter apoio de cinco partidos, mas não revela quais. Nos últimos dias, o tucano esteve no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Brasília, Bahia e Espírito Santo. Neste domingo, vai a Sergipe participar da Festa do Caminhoneiro.

Candidatura do PT sem Lula

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) admitiu que o PT poderá não ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência e o líder petista poderá apoiar um candidato, ao comentar a mais recente pesquisa do Datafolha. 

Segundo Lindbergh, “o Datafolha mostra que os votos de Lula continuam sólidos como uma rocha. Depois de dois meses de prisão não houve o tal ‘derretimento’ das intenções de voto como alguns analistas previram. Não tem jeito. O segundo turno vai ser entre Lula ou um candidato apoiado por ele e Bolsonaro.”

Os nomes mais cogitados para a candidatura do PT em um cenário sem Lula não obtiveram bons resultados no Datafolha. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner chegaram a apenas 1% das intenções de voto.

Emídio de Souza, presidente estadual do PT em São Paulo, ressaltou os números obtidos pelo ex-presidente no levantamento. “A pesquisa mostra que o eleitor não aceita a injustiça cometida contra Lula e vê nele a esperança para tirar o país da crise e o povo da miséria”, disse.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comemorou o resultado da candidata de seu partido, Marina Silva.

“Foi a pesquisa mais favorável até agora para a Marina, que em todos os cenários possíveis de segundo turno vence a eleição. Nos tranquiliza, porque a ameaça do fascismo, a ameaça Bolsonaro, me parece que continua sendo o melhor candidato para ser derrotado no segundo turno. Também mostra que a greve dos caminhoneiros não teve um impacto tão favorável a ele como chegou a ser falado”.

Randolfe afirmou que a pesquisa pode contribuir para que a Rede consiga fechar alianças para o pleito de outubro.

“O cenário é muito favorável à Marina, mas precisamos de alguma aliança. Do centro progressista, ela é quem melhor se apresenta. Do ponto de vista eleitoral, é ela quem tem demonstrado resiliência em se manter em segundo lugar, com percentual de 15% a 16% em todos os cenários. Com uma aliança mínima que seja, chego a ter certa tranquilidade de que ela estará no segundo turno. Acho que esse Datafolha pode ser um fator que nos ajude”, disse o senador.

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