Descrição de chapéu Geraldo Alckmin João Doria

'Quem decola é avião', diz Alckmin sobre pesquisas

Tucano faz críticas a Bolsonaro em visita à Bahia

João Pedro Pitombo
Salvador

Em visita à Bahia, o pré-candidato a Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) minimizou nesta quinta-feira (7) o fato de não decolar nas pesquisas de opinião e afirmou que esta será uma campanha de resistência para os candidatos.

O ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSDB) durante sabatina, no DF
O ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSDB) durante sabatina, no DF - Pedro Ladeira - 6.jun.2018/Folhapress

“Quem decola é avião, né? A campanha só vai começar quando começar o horário do rádio e da televisão e isso só vai acontecer em setembro. É uma campanha de resistência e de chegada”, afirmou o tucano, reiterando que sua candidatura deve crescer após o início da campanha.

Ele negou que haja desconfiança dos principais quadros do PSDB em relação a sua candidatura. Para minimizar pesquisas citou a campanha da prefeitura de São Paulo, na qual o candidato eleito, João Doria, saiu atrás nas pesquisas e venceu no primeiro turno.

Apesar da indiferença em relação às pesquisas, Alckmin voltou a fustigar o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas.

“Eu fico horrorizado com o candidato da bala. Você não vai gerar emprego à bala. Ninguém vai fazer UTIs, creches paras as mamãezinhas à bala”, afirmou o tucano, classificando o oponente como “candidato do atraso”.

Ainda afirmou que o Bolsonaro age com arrogância ao afirmar que só debateria com o tucano se ele chegasse a dois dígitos na pesquisa: “Ele está de salto alto, está arrogante. Eu vou com as sandálias da humildade”.

Ao tratar do cenário das eleições da Bahia, Alckmin diz que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), tomou a decisão correta ao não renunciar à prefeitura de Salvador para ser candidato ao governo da Bahia. E diz que tomaria decisão semelhante caso fosse prefeito.

Questionado sobre a renúncia do ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), que deixou a gestão após pouco mais de um ano para ser candidato ao governo paulista, Alckmin relativizou a decisão do afilhado político.

“Cada um tem a sua circunstância. Eu não teria renunciado. Fui prefeito da minha cidade natal e adorei”, afirmou o ex-governador.

Na visita à Bahia, o tucano visitou a cidade de Barra, nas margens do rio São Francisco. Em Salvador, recebeu um título de cidadão baiano na Assembleia Legislativa proposta há mais de quatro anos pelo então deputado estadual Paulo Azi (DEM), hoje deputado federal.

Alckmin também participou de um debate com estudantes na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Funcionários da Prefeitura de Mata de São João, cidade da Grande Salvador comandada por Marcelo Oliveira (PSDB), engrossavam o público presente.

Durante o debate, o ex-governador falou sobre temas como reforma tributária e procurou afagar o Nordets ao defender a cobrança do ICMS, principal tributo estadual, no destino do produto e não na origem.

“Estados que não produzem tanto, mas consomem muito, como os do Nordeste, só tem a ganhar. São Paulo vai perder, mas não tem importância. É justo”, afirmou.

No debate, o tucano foi interpelado por uma ex-aluna da rede estadual de São Paulo que participou com dos protestos de 2015 nas escolas paulistas. Foi questionado sobre a fracassada tentativa de reformas educacional no Estado e sobre a repressão a estudantes na época dos protestos.

Em resposta, Alckmin disse que pode ter havido excessos da polícia, mas que foi uma exceção. E defendeu o diálogo: “Às vezes, as pessoas têm muita torcida e pouca informação”.  

 
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