Descrição de chapéu Eleições 2018

Acredito que DEM vá liberar candidaturas mesmo contra o PSDB, diz deputado

Rodrigo Pacheco (DEM) quer concorrer em Minas, apesar de apoio do centrão aos tucanos

Carolina Linhares
Belo Horizonte

O pré-candidato ao governo de Minas Gerais do DEM, deputado federal Rodrigo Pacheco, afirmou acreditar que seu partido vai liberar as candidaturas nos estados, mesmo que isso contrarie o interesse do PSDB.

Deputado Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo de Minas pelo DEM
Deputado Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo de Minas pelo DEM - Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O DEM e outros partidos do chamado centrão (PP, PR, PRB e Solidariedade) declararam apoio ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta (26). Em Minas, porém, os partidos se dividem entre as candidaturas de Pacheco e do senador Antonio Anastasia (PSDB). Em ao menos nove estados, os tucanos têm adversários do centrão.

“O que nós acreditamos é que haverá uma liberação dos estados para que o DEM possa fazer a composição que for mais adequada. Não haverá obrigatoriedade de alinhamento com a nacional”, disse Pacheco.

Não houve, porém, uma deliberação dos dirigentes do DEM nesse sentido. No domingo (29), Pacheco se reúne com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e com o presidente nacional do DEM, ACM Neto, para discutir a questão.

“Era algo que já vinha sendo conversado antes, não tenho a menor dúvida de que haverá a liberação do DEM nacional para que haja as candidaturas nos estados. Isso foi afiançado e apalavrado comigo lá atrás e eu confio que isso possa ser mantido. Acredito na nossa independência em relação ao PSDB”, afirmou.

Anastasia não descarta uma união e diz que gostaria de ter Pacheco em sua chapa. O deputado, porém, rejeita essa hipótese e também a opção de ser vice de Alckmin. “Essas hipóteses de composição são só hipóteses, então vou considerar aquilo que eu tenho de concreto, que é a minha vontade de ser governador de Minas Gerais”, diz.

Com PP, Avante, PTC, Patriotas, PRP e PMB, Pacheco calcula alcançar até 15% do tempo de TV. Na coligação proporcional, somente o PP estará junto do DEM. O pré-candidato falou com a imprensa após reunião sobre seu programa de governo. 

Pacheco, contudo, evitou declarar apoio a Alckmin, afirmando que a questão será discutida entre todos os partidos da sua aliança. “Isso vai ter que ser objeto de diálogo muito franco entre esses partidos para entender qual é a melhor opção para Minas.”

Segundo Pacheco, não há problema em apoiar o tucano, mas a decisão não cabe a ele. “De minha parte não há nenhuma objeção de apoiar o candidato Geraldo Alckmin, até já me pronunciei diversas vezes sobre a qualidade dele como candidato, sobre a capacidade administrativa dele e é um nome sereno e equilibrado para administrar o Brasil.”

TERCEIRA VIA

Em Minas, Pacheco tenta ocupar o espaço de uma terceira via —entre o tucano Anastasia e o petista Fernando Pimentel, candidato à reeleição. Sua candidatura esbarra, porém, em Márcio Lacerda (PSB), que aparece em terceiro nas pesquisas.

O MDB, que pretende lançar a candidatura do presidente da Assembleia Adalclever Lopes, mas ainda conversa com os demais partidos em busca de alianças, pode ser decisivo ao declarar seu apoio.

As conversas estão mais avançadas entre o MDB e Lacerda, o que formaria uma ampla composição com ao menos outros cinco partidos. O PT, por sua vez, não descarta o apoio dos emedebistas.

Pacheco foi o único candidato que não procurou o MDB, seu antigo partido, para conversar.

“Diferentemente dos outros, eu respeitei a posição do MDB que, até onde eu sei, é de candidatura própria ao governo do estado. Mas obviamente eles sabem que têm um canal absolutamente aberto conosco sempre porque lá tenho bons e muitos amigos”, disse.

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