Descrição de chapéu Eleições 2018

Após vetar aliança com PSDB, partido de Bolsonaro apoiará tucano em MT

O PSL indicou a juíza aposentada Selma Arruda como pré-candidata ao Senado

João Pedro Pitombo
Salvador

Menos de um mês depois de vetar alianças com o PSDB nos estados, o PSL anunciou a união com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), candidato à reeleição na eleição deste ano.

O governador de MT, Pedro Taques (PSDB)
O governador de MT, Pedro Taques (PSDB) - Marcelo Justo - 14.set.17/Folhapress

O partido do presidenciável Jair Bolsonaro indicou a juíza aposentada Selma Arruda para compor a chapa de Taques como pré-candidata ao Senado.

A chapa foi apresentada na última terça-feira (24) e ainda terá o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) como candidato a senador.

A coligação foi firmada a despeito da resolução assinada no dia 3 de julho pelo presidente nacional em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, na qual o partido veta alianças com PSDB, PT, PDT, Rede, PC do B, PSTU, PCB, PCO e PSOL.

No documento, o presidente ainda afirma que os diretórios estaduais que contrariassem a orientação do partido poderiam ter suas convenções anuladas pelo diretório nacional.

Presidente do PSL no Mato Grosso, o deputado federal Victório Galli afirma que o partido abriu uma exceção à aliança com o PSDB em seu estado.

“Avaliamos que uma aliança tonaria nossos candidatos mais competitivos. Queremos eleger a senadora e pelo menos um deputado federal”, afirma o deputado, destacando que o governador comprometeu-se a abrir seu palanque a Bolsonaro.

Galli ainda destaca as afinidades entre Taques e Arruda —ele foi procurador da República antes de entrar na política e ela era juíza até o início deste ano, quando aposentou-se. Ambos têm histórico em ações de combate à corrupção.

Como procurador, Taques assinou em 2002 o pedido de prisão do senador Jader Barbalho (MDB-PA). Também liderou as investigações que resultaram na Operação Arca de Noé em Mato Grosso.

No cargo de governador, contudo, sofreu reveses que fizeram sua popularidade despencar. Foi alvo da delação do ex-governador pelo MDB Silval Barbosa, que o acusou de caixa dois em 2014 —o tucano nega as acusações.

Taques também passou a ser investigado pelo "escândalo dos grampos" –um esquema de interceptações telefônicas clandestinas contra adversários políticos. Ele nega ter participado de qualquer irregularidade.

Já a juíza aposentada Selma Arruda é considerada como uma das candidatas majoritárias mais competitivas do PSL nos estados.

Apelidada de “Sergio Moro do Mato Grosso” pela rigidez e adoção de prisões preventivas, foi ela quem decretou em 2015 a prisão do ex-governador Silval Barbosa no âmbito da Operação Sodoma.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.