Crivella exonera secretário de Educação, que aponta gestão 'confusa'

Demissão ocorre a um dia da análise do pedido de impeachment contra o prefeito do Rio na Câmara Municipal

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Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), exonerou nesta quarta-feira (11) César Benjamin do cargo de secretário de Educação. Fora do posto, Benjamin criticou a forma como a saída se deu e classificou a gestão municipal como "fragilizada e confusa".

O ex-secretário de educação do Rio de Janeiro, Cesar Benjamin
O ex-secretário de educação do Rio de Janeiro, Cesar Benjamin - Ricardo Borges-13.jan.16/Folhapress
A demissão ocorreu a um dia da análise do pedido de impeachment contra Crivella na Câmara Municipal. O ato é mais um capítulo na novela que se estendeu por mais de dois meses de brigas de Benjamin com o secretário da Casa Civil, Paulo Messina (PRB).

Os dois divergiam sobre a responsabilidade pelos contratos emergenciais assinados pela pasta. Benjamin responsabilizou a Subsecretaria de Assuntos Compartilhados, da Casa Civil, por não agir para organizar as licitações. Já Messina afirma que a solicitação para contratações emergenciais partiu da própria secretaria de Educação.

Após Benjamin chamar o colega de governo de "espertalhão" e "napoleão de hospício", em maio, Crivella divulgou nota em que diz ter "arbitrado essas divergências".

"Os dois secretários concordam com a posição do prefeito, consideram o episódio superado e confirmam sua disposição de trabalhar juntos pelo bem da nossa cidade", dizia a nota.

Nesta quarta, Benjamin criticou o prefeito pela forma com que foi exonerado. 

"A minha exoneração era esperada, pois não cedi à politicagem e aos inimigos da educação. Toda a articulação para a minha saída foi feita pelas minhas costas. Não recebi sequer um telefonema. O prefeito agradeceu desta maneira a minha dedicação à causa da educação", escreveu ele, em sua página no Facebook.

A escolhida para o cargo foi a ex-chefe de gabinete de Benjamin, Talma Suane. O agora ex-secretário afirma que a gestão da sucessora "nasce sob o signo da traição".

A Câmara analisa nesta quinta-feira (12) dois pedidos de impeachment contra Crivella. Bispo licenciado da Igreja Universal, ele é acusado de prometer privilégios a evangélicos em reunião realizada há uma semana no Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura. No encontro, ele ofereceu ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas.

Na reunião, ele ainda apresentou aos presentes o pastor Rubens Teixeira, que vai disputar vaga de deputado federal no Rio pelo seu partido e defendeu o voto em evangélicos para "dar jeito nessa pátria".

O prefeito nega favorecimento e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura, como cirurgias de catarata, varizes e vasectomia.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella - Eduardo Anizelli-27.set.17/Folhapress
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