Descrição de chapéu Eleições 2018

Márcio Lacerda se empolga com governo em Minas e se distancia da vice de Ciro

Pré-candidato do PSB pode formar aliança com oito partidos e ter maior tempo na TV

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Belo Horizonte e Brasília

Cotado para a vaga de vice do presidenciável Ciro Gomes (PDT) e também pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Márcio Lacerda (PSB) intensificou as negociações estaduais e prioriza a disputa ao Palácio da Liberdade.

A conversa com partidos como MDB, PV e Podemos entusiasmou Lacerda. Segundo relatos de aliados, em conversas reservadas, ele passou a considerar que, caso cresça o apoio a sua candidatura, torna-se inviável a sua desistência da disputa estadual para compor a chapa de Ciro.

Ciro Gomes falando com Márcio Lacerda
Ciro Gomes (PDT) conversa com o Márcio Lacerda (PSB) em evento empresarial na cidade de Tiradentes (MG) - Carolina Linhares/Folhapress

A possibilidade, contudo, ainda não foi oficialmente discutida com a cúpula nacional do PSB. O nome de Lacerda já tinha sido aprovado pelo cearense para compor a chapa presidencial. Caso o mineiro desista e obtenha o respaldo do comando da sigla, o PSB indicará outros nomes para o posto, de preferência do setor produtivo do Sul ou Sudeste.

Por um apoio do PSB, o PDT está disposto a aceitar outro candidato a vice-presidente. Sem o partido de esquerda, Ciro ficará isolado na disputa presidencial, com apenas 33 segundos em cada bloco fixo de 12 minutos e 30 segundos na propaganda eleitoral televisiva.

Além do PSB, ele negocia o apoio do PC do B e do Solidariedade. Os dois partidos, contudo, afirmam nos bastidores que só fecham apoio a ele caso o PSB faça parte da coligação.

O PSB, por sua vez, avalia hoje apoiar Ciro ou liberar seus diretórios estaduais para firmarem as alianças regionais mais convenientes. Pressionado por PDT e PT, o partido adiou, do dia 30 de julho para o dia 5 de agosto, último dia das convenções partidárias, a decisão sobre que posição adotará na disputa presidencial. 

Com a convenção estadual marcada para o dia 4, Lacerda avaliou que não pode esperar a definição nacional e marcou posição como candidato ao governo ao adiantar a costura com outros partidos. Hoje ele conta com PDT e Pros, mas tem conversas adiantadas com MDB, PV, Podemos, PRB e PHS.

COMPETITIVO

Se concretizada, a aliança terá o maior tempo de TV em Minas, ultrapassando o senador Antonio Anastasia (PSDB), que aglutina sete partidos. Nas pesquisas, Lacerda aparece em terceiro, atrás do tucano e do governador Fernando Pimentel (PT).

"Não existe nada fechado oficialmente, mas com a possibilidade das visitas que nós recebemos, de oito partidos estarem vindo se unir, isso nos deixou entusiasmados. É uma grande possibilidade de mudança no cenário político de Minas Gerais", disse Adenor Simões, secretário-geral do PSB de Minas.

Simões pondera que a vice de Ciro não foi descartada e que o PSB mineiro estará em consonância com a direção nacional se houver decisão nesse sentido. A diferença é que agora há um argumento robusto para defender a candidatura estadual, que seria competitiva no segundo colégio eleitoral do país.

A definição da aliança em torno de Lacerda depende majoritariamente de decisão do MDB, que pode ainda lançar a candidatura própria de Adalclever Lopes, presidente da Assembleia, e também é disputado pelos petistas, com os quais manteve uma aliança histórica que se desgastou neste ano.

Na composição pessebista, Adalclever poderia ocupar a vaga para o Senado —algo que ele pleiteava na chapa petista, mas foi atropelado pela candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Há ainda no PSB mineiro quem se oponha à aliança com o MDB. Em uma carta assinada por 40 pessoas, membros do partido manifestam ao presidente nacional, Carlos Siqueira, que refutam a intenção de união com o MDB e afirmam que é preciso buscar a melhor coligação proporcional.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.