Ministro do Trabalho afastado diz que relação com cúpula do PTB era institucional

Helton Yomura afirma que está muito surpreso com operação e que não há provas contra ele

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Brasília

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal, disse no final da manhã desta quinta (5) que está muito surpreso com a investigação e que não há provas de envolvimento seu em quaisquer crimes ou irregularidades na pasta.

Yomura deu as declarações ao deixar a sede da Polícia Federal em Brasília, onde prestou depoimento.

Helton Yomura (centro) deixa a Superintendência da PF após depor nesta quinta (5)
Helton Yomura (centro) deixa a Superintendência da PF após depor nesta quinta (5) - Pedro Ladeira/Folhapress

Questionado sobre a afirmação dos investigadores de que ele se reportava ao presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, e à filha dele, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), Yomura disse que mantinha com os dois relações institucionais. "Meu tratamento é institucional", respondeu.

Os advogados de Yomura, César Caputo Guimarães e André Hespanhol, afirmaram por meio de nota que vão recorrer à Segunda Turma do STF contra a decisão de Fachin de afastar o ministro do Trabalho do cargo. "Todas as medidas jurídicas serão tomadas para possibilitar à turma do STF se manifestar sobre tal importante tema", diz o texto.

"Tendo a certeza de não ter cometido nenhum ato ilícito e que suas ações correspondem a uma política de valorização dos trabalhadores e das instituições, o ministro Helton Yomura, mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade."

Segundo os advogados, Yomura adotou providências rigorosas no ministério visando garantir o interesse público, como a exoneração de servidores sob suspeita e a abertura de sindicâncias e processos administrativos para apurar os casos.

O ministro do Trabalho foi alvo, nesta manhã, da terceira fase da Operação Registro Espúrio, que mira supostas fraudes na pasta relativas a registros de sindicatos.

Segundo a PF, o material coletado nas duas primeiras fases da investigação indicaram a participação de novos atores e apontaram que “importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com indivíduos comprometidos com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas”.

Na etapa anterior da operação, a PF fez buscas no apartamento de Cristiane Brasil. Ela e o pai, Roberto Jefferson, são apontados como padrinhos políticos de Yomura.

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