Oposição no Rio pede impeachment de Crivella

Prefeito do Rio é acusado de prometer privilégios a grupos religiosos

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Nicola Pamplona [an error occurred while processing this directive]
Rio de Janeiro

Partidos de oposição tentam suspender o recesso na Câmara dos Vereadores do Rio para votar pedidos de impeachment ao prefeito Marcelo Crivella (PRB) por denúncias de favorecimento a grupos religiosos.

Nesta segunda (9), dois pedidos foram protocolados na Câmara, um deles pelo PSOL e o outro pelo vereador Átila Nunes (MDB). A suspensão do recesso depende da adesão de 17 dos 51 vereadores.

 O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anda pela rua 2, a mais perigosa da favela da Rocinha
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anda pela rua 2, a mais perigosa da favela da Rocinha - Eduardo Anizelli / Folhapress

Crivella é acusado de prometer privilégios a fiéis em reunião realizada na última quarta (4) no Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura. No encontro, ele ofereceu ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas.

Na reunião, ele ainda apresentou aos presentes o pastor Rubens Teixeira, que vai disputar vaga de deputado federal no Rio pelo seu partido e defendeu o voto em evangélicos para "dar jeito nessa pátria".

O prefeito nega favorecimento e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura, como cirurgias de catarata, varizes e vasectomia.

Na reunião, segundo áudios publicados pelo jornal O Globo, Crivella disse aos pastores que procurassem uma assessora para que fiéis com catarata pudessem ser operados "daqui a uma semana ou duas"

O Ministério Público do Rio anunciou a abertura de investigações. "O Estado é laico e todos os cidadãos têm que ser tratados em igualdade de condições", afirmou nesta segunda, o procurador-geral do estado, Eduardo Gussem.

O vereador Renato Cinco (PSOL) disse que a oposição tentou convencer o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB) a suspender o recesso, mas não obteve sucesso. Assim, precisa das 17 assinaturas - até o início da noite, 13 vereadores haviam assinado.

"A oposição tem esse papel. Graças a Deus existe oposição porque é no debate que a gente vence", minimizou Crivella, em entrevista ao canal SBT, lembrando que já enfrentou outras ameaças de impeachment que não prosperaram.

"Vários vereadores já me ligaram hipotecando solidariedade", concluiu o prefeito, que vem repetindo que é alvo de preconceito religioso nesse caso.

Na sexta (6), o Ministério Público informou que o Centro de Apoio às Promotorias Eleitorais solicitou à Promotoria Eleitoral apuração dos fatos. O tema também será investigado pela Coordenação de Saúde do Ministério Público, para verificar se há irregularidades nas filas de cirurgias.

A coordenação das Promotorias de Justiça e Cidadania analisa inquérito civil para analisar suspeita de tratamento diferenciado para segmento religioso, que é vedado pela Constituição e pode configurar improbidade administrativa.

A prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre os pedidos de impeachment. 

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