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Por apoio de França, PDT afaga pessebistas em convenção em SP

Partido de Ciro defende reeleição de governador paulista em evento na Assembleia

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São Paulo

“Tô colocando mel pro Márcio França, eu espero que ele venha”, disse o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, na manhã desta quinta-feira (26).

Haja amor: a fatia paulista de seu partido está reunida na Assembleia Legislativa de São Paulo para apoiar a candidatura do governador paulista à reeleição, até agora, sem nada em troca para os pedetistas.

O PDT corteja o PSB para um apoio nacional a Ciro Gomes, o presidenciável da legenda. Em São Paulo, pedem uma vaga majoritária na chapa de França, emplacando o vice-governador ou um dos candidatos ao Senado.

Os cotados para a indicação são os ex-prefeitos paulistas Marcelo Cândido, de Suzano, e Jorge Lapas, de Osasco.

França chegou à convenção por volta das 12h30. Não chegou a se encontrar com Ciro, que entrou no auditório minutos depois de o governador ter saído da Assembleia para participar de convenção do PPS, outro partido aliado.

Pedetistas e pessebistas trocaram afagos. Lupi elogiou a ação de França durante a greve dos caminhoneiros, quando para ele o governador “mostrou seu coração socialista”. 

O governador disse que é “uma honra andar ao lado do PDT e do Lupi. É uma honra para mim poder andar com o Ciro” e citou a amizade que mantém com o presidenciável, que já foi filiado ao PSB. 

Porém, emendou os outros candidatos a que dará palanque em São Paulo: Alvaro Dias (Podemos) e Paulo Rabello de Castro (PSC). O apoio nacional de França a Ciro, por ora, não veio.

Lupi diz que o PDT está se esforçando pelo apoio do PSB, com alianças avançadas em oito estados (PE, ES, DF, PB, SE, RS, MG e, agora, SP).

Os pessebistas, porém, seguem indecisos se permanecem neutros, apoiam o PT ou fecham com o PSB —nessa possibilidade, disse Lupi, poderiam indicar o vice de Ciro.

“Tenho esperança de que o Márcio França se convença de que o palanque dele é o do Ciro”, disse o presidente nacional do PDT, que foi ministro do Trabalho no governo Lula.

A jornalistas, na saída da convenção, Ciro lembrou a amizade com França e disse que, ainda que o PDT não receba contrapartidas dos pessebistas, o partido “está tomando posição onde acha que tem que tomar” ao fechar aliança pela reeleição do governador em São Paulo.

“Como vou deixar de apoiar um homem como o Márcio França? As coisas no Brasil estão se alinhando. Na medida que o Alckmin aceita ser o estuário de tudo o que está aí, na sequência do golpe, está fazendo um jogo, que é  um jogo que o Márcio França vai sentir o devido incômodo na hora própria”, disse Ciro.

“Se vier [o apoio do PSB], ótimo. Gostaria muito, espero muito. Mas também estou preparado se não vier.”

Questionado sobre as negociações que manteve com os partidos que criticou e hoje apoiam Alckmin, apelidados de centrão (DEM, PR, PRB e SD),  o ex-governador cearense disse que negociar é preciso e que se prepara “com um olho na eleição e outro no dia seguinte”.

Mas desdenhou do apoio do grupo partidário. “Jamais esteve nos meus planos uma aliança estratégica com essa gente. Eles me deram sinal de que topariam conversar comigo. Eram eles que estavam saindo do governo para apoiar um candidato, talvez o mais agressivo”, contemporizou.

Lupi afirmou que o PDT não perdeu o centrão porque, segundo ele, não se perde um apoio o que jamais foi do pedetista. O dirigente partidário disse que não negociaram com o grupo, apenas conversaram. E que as posições econômicas e ideológicas de Ciro  colocaram entraves na negociação.

Ele também comentou declarações recentes de Ciro, que afirmou que o único jeito de Lula sair da prisão seria se seu grupo chegasse ao poder e que, caso isso acontecesse, colocaria o Ministério Público e juízes numa “caixinha”.

“Tudo o que o Ciro diz tem um pouco de interpretação porque não conseguem chamá-lo de ladrão ou bandido”, disse Lupi. “Falam para intrigar com o poder que virou um tribunal de inquisição do Brasil. Ele vai continuar falando o que pensa.”

Lupi comentou reportagem publicada nesta quinta pela Folha, que relata que o PDT usou recursos do Fundo Partidário para custear a defesa do presidente partidário e de outro dirigente em um inquérito da Lava Jato em que são investigados por suposto caixa dois. 

Ele disse que os advogados defendem os dirigentes do partido e que o caso em questão se relaciona à atividade partidária dos membros. “A lei faculta e garante isso”, afirmou.

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