Descrição de chapéu Eleições 2018

Sem alianças partidárias, MDB lança candidatura de Skaf ao governo de SP

Presidente licenciado da Fiesp disputa o cargo pela terceira vez

Conhecido por ser um partido ecumênico em suas alianças políticas, o MDB lança neste sábado (28) a candidatura solo do empresário Paulo Skaf ao governo de São Paulo. É a terceira vez que o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) disputa o Palácio dos Bandeirantes.

Skaf apareceu tecnicamente empatado com João Doria (PSDB) na pesquisa Ibope mais recente feita no estado, divulgada em 30 de junho: tinham, respectivamente, 17% a 19% das intenções de voto. Na sequência, o governador Márcio França (PSB), que disputa a reeleição, apareceu com 5%.

França e Doria, aliados até o início do ano, se colocaram como antagonistas nos extremos do tabuleiro da sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Skaf, por meses, foi a peça a ser conquistada por ambos os lados, de quem ouviu ofertas para ser vice-governador ou ocupar uma das vagas das coligações ao Senado.

Rejeitou todas as propostas que recebeu, assim como, segundo conta, negou pedidos de alianças partidárias por se recusar a garantir cargos no governo, caso seja eleito.

Skaf não garantiu nem o posto de vice a políticos: convidou a tenente-coronel da Polícia Militar Carla Danielle Basson para a vaga. Para o Senado, estará com Marta Suplicy, que disputa reeleição, e a psicóloga Maria Aparecida Pinto, presidente da MDB Afro, anunciada na sexta (27). 

Ligado ao empresariado como Doria, Skaf, desta vez, diz que é político, sim —diferente do tucano, conhecido por enfatizar que é gestor. "Não pode falar que não é político, não. A política é uma das coisas mais maravilhosas que se tem", afirmou, em maio, quando lançou sua pré-candidatura em Jaguariúna.

Seus oponentes políticos no estado apostam que a associação ao impeachment —a Fiesp patrocinou o pato inflável da avenida Paulista, um símbolo das manifestações anti-Dilma— e a proximidade partidária com Temer podem desidratar o emedebista, tendo em vista a rejeição histórica de 82% ao presidente, segundo o Datafolha de junho.

Skaf reage à hipótese dizendo que não tem padrinhos políticos e que o eleitor não escolhe em legenda, mas em candidatos. "Todos os partidos andam com a imagem péssima", disse na terça (24), em entrevista à rádio Band News. 

O patamar de 20% com que largou nas pesquisas ajudou a animar o MDB. Se há poucos meses os companheiros de partido andavam desanimados com o empresário, a perspectiva de levar a disputa para o segundo turno e mudanças de comportamento agregaram os emedebistas ao redor do dirigente patronal.

Diz o deputado estadual Jorge Caruso (MDB), um dos caciques da sigla no estado, que o dirigente patronal se aproximou mudou de tom nos últimos quatro anos.

"Era aquele discurso de 'não sou político, sou gestor, eu me basto'. Num primeiro momento, não havia ligação para os prefeitos, com pedido de engajamento. Desta vez, ele intensificou a relação partidária desde que saiu da Fiesp e chamou os prefeitos para a campanha. O partido se viu motivado porque ele buscou nosso apoio", conta Caruso.

​​Skaf ainda não apresentou seu programa de governo, mas deve usar como vitrine as 120 escolas que conta ter inaugurado nos 10 anos em que comandou a Fiesp --para onde retornará em novembro, se não ganhar a eleição.

 

PAULO ANTONIO SKAF, 63

Naturalidade São Paulo

Principais cargos que ocupou
> Presidente licenciado da Fiesp, Ciesp, Sesi, Senae e Sebrae-SP
> Presidiu da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções e do Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo
>Foi vice-presidente membro do conselho administrativo do BNDES

Partido e coligados (confirmados e possíveis) 
> MDB; sem coligação até o momento

Coordenador de campanha Fabio Portela

Slogan "Faz de verdade" 

Pontos fortes da candidatura
> Empatado com o líder nas pesquisas, João Doria (PSDB)
> Associação de sua imagem a projetos sociais da Fiesp
> Com a disputa polarizada entre Doria e França, pode receber apoio de ambos em um eventual segundo turno
>Aposta em comunicação digital e em vaquinha; já arrecadou R$ 150 mil em doações pela internet

Fragilidades
> Dificuldades para firmar alianças e isolamento político
> É investigado pela Lava Jato por suposta doação em caixa 2 feita pela Odebrecht na campanha de 2014, o que nega
>Impopularidade de seu partido e rejeição ao governo Temer

Mote/temas de campanha
>Discurso de que é preciso renovar a administração do estado, há mais de duas décadas administrado pelo PSDB
>Propõe implantar modelo educacional usado no Senai e no Sesi na educação pública
>Defende modelo de PPPs e reestruturação das polícias

Frase que sempre usa
> "O eleitor vota em pessoas, não em partidos"

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.