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Sob pressão, PSB adia decisão e deve definir no voto apoio ao Planalto

Assediado por PDT e PT, partido avalia também liberar diretórios estaduais

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Brasília

Pressionado por PDT e PT, o PSB adiou para 5 de agosto, último dia das convenções partidárias, a decisão sobre que posição adotará na disputa à sucessão de Michel Temer.

Dividido, o comando do partido não conseguiu chegar a um consenso em reunião na noite da terça-feira (24), em Brasília, e optou por estender o prazo.

"Com um tempo maior, podemos avaliar melhor o quadro eleitoral e tomar uma decisão em conjunto", disse o presidente da sigla, Carlos Siqueira, na saída do encontro.

Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB - Joel Rodrigues - 13.out.2014/Folhapress

Em conversas reservadas, dirigentes da legenda reconhecem, porém, que dificilmente conseguirão chegar a um acordo, o que deve levar a disputa a ser definida no voto entre integrantes da executiva nacional.

O PSB está há semanas tentando tomar uma decisão em relação a três caminhos: apoiar Ciro Gomes (PDT), aliar-se ao PT —e ao candidato que deve ser lançado caso o ex-presidente Lula seja impedido de concorrer— ou liberar seus diretórios estaduais para firmarem as alianças regionais mais convenientes.

A proposta inicial era tomar uma posição em reunião na próxima segunda-feira (30). Na avaliação de dirigentes do PSB, a votação é uma opção de alto risco, visto que escancara disputas internas e pode enfraquecer a legenda politicamente.

No encontro de terça-feira (24), estavam presentes os governadores de São Paulo, Márcio França, e o de Pernambuco, Paulo Câmara, justamente os que apresentam resistência a um apoio ao PDT. Hoje, a maior parte da cúpula nacional do PSB quer apoiar Ciro.

Câmara insiste em uma aliança com os petistas. Ele quer tentar a reeleição e, para se manter no poder, a ligação com Lula é importante em uma região em que o ex-presidente é bastante popular. 

Ele saiu do encontro de terça-feira às pressas, sem responder as perguntas da Folha. A expectativa era de que se reunisse na mesma noite com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Já em São Paulo, França, que é ligado a Geraldo Alckmin (PSDB), defendia a neutralidade da sigla. Nos últimos dias, porém, foi convencido por aliados a se inclinar a Ciro, visto que o tucano não poderá ajudá-lo em sua campanha ao Palácio do Bandeirantes —o PSDB tem seu próprio candidato, João Doria.

Diante do impasse, o PSB chegou a retomar os contatos com o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, para sondar sua disposição de reingressar na disputa ao Planalto. Como informou o Painel, porém, as investidas não obtiveram sucesso.

Barbosa filiou-se ao PSB e cogitou disputar a Presidência da República, mas logo desistiu da empreitada, alegando motivos pessoais.

O PSB é a última esperança a Ciro para não ficar isolado na disputa eleitoral. O PCdoB e o Solidariedade já o avisaram que só o apoiariam caso o partido de Câmara e de França fizesse parte da coligação eleitoral.

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