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TRE do Rio apreende bandeiras e panfletos em festival de artistas em apoio a Lula

Ao menos uma bandeira do PT foi recolhida, assim como material que levava o nome de políticos como Manuela D'Ávila

Rio de Janeiro

Uma equipe do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) confiscou na tarde deste sábado (28) panfletos e adesivos durante o festival de artistas em apoio ao ex-presidente Lula. 

O evento intitulado Festival Lula Livre ocorre nesta tarde nos arcos da Lapa, centro do Rio, e teve apresentações de Gilberto Gil e Chico Buarque.

Por volta das 22h, a organização estimou 80 mil presentes. A PM do Rio de Janeiro não realiza estimativas de público.

Diversas barracas distribuíram panfletos, máscaras do rosto do ex-presidente e venderam artigos como camisas e bottoms com referências a Lula. 

Cerca de dez fiscais foram hostilizados quando apreenderam materiais em algumas das barracas.

Ao menos uma bandeira do PT foi apreendida, assim como material impresso que levava o nome do deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ) e também da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e da pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D'Ávila.

A justificativa dos fiscais é que os materiais fazem campanha antecipada —acessórios com nome de candidatos e menção partidos políticos estão proibidos até 16 de agosto, quando a campanha começa oficialmente.

Um grupo de apoiadores cercou os fiscais e os hostilizou. Militantes do PT prometeram ir à delegacia registrar crime de roubo contra os fiscais. Eles alegaram também cerceamento no direito de manifestação. 

Fiscal do TRE apreende bandeira do PT durante Festival Lula Livre na Lapa, centro do Rio
Fiscal do TRE apreende bandeira do PT durante Festival Lula Livre na Lapa, centro do Rio - Clever Felix/Brazil Photo Press/Folhapress

O deputado estadual Gilberto Palmares lamentou a apreensão de panfletos que levavam seu nome de uma barraca na praça. 

Palmares, que é candidato à reeleição a uma vaga na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), disse que em seu entendimento os materiais levados ao festival estavam em conformidade com a legislação eleitoral. 

"Nas orientações que foram passadas pelo TRE diz que políticos com mandato podem desde já defenderem seus feitos. Isso não é campanha antecipada", disse. 

Palmares se queixou da forma como as apreensões foram feitas, alegando que os fiscais foram antidemocráticos.

"Se eu não puder me manifestar sobre o meu mandato, se não posso ir à rua conversar com o eleitor, a democracia fica comprometida", disse. 

Presente ao evento, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman, criticou a atitude do TRE.

Segundo ela, as pessoas que tiveram materiais apreendidos estavam se manifestando de forma espontânea. 

"Aqui ninguém tá pedindo voto. Estamos defendendo a liberdade de Lula, num protesto contra a forma como o processo está sendo conduzido pela Justiça. As manifestações internacionais estão cada vez mais fortes no sentido de repudiar essa prisão", disse ela. 

Gleisi, o senador Lindbergh Farias, a deputada Benedita da Silva e a pré-candidata do PT ao governo do Rio, Márcia Tiburi, participaram do ato. Eles circularam pelo público e posaram para fotos com apoiadores. 

Parlamentares do PSOL também estiveram no evento e cumprimentaram colegas do PT no meio da multidão. Entre eles os deputados federais Chico Alencar e Glauber Braga, além do deputado estadual Marcelo Freixo e o vereador e pré-candidato ao governo do Rio, Tarcísio Mota. 

Gleisi afirmou que o PT está decidindo ainda quem será apontado como vice na chapa de Lula. 

Muitas pessoas que paravam os políticos para fotos durante o festival repetiam a expressão "ou Lula ou nada". 

A referência é devido ao fato de o ex-presidente estar preso e inelegível pela lei da ficha limpa. 

Apoiadores do PT aguardam a decisão do partido em torno da manutenção ou não da candidadura de Lula. A convenção do partido está marcada para o próximo dia 4. "Essa semana será de muita conversa", declarou Gleisi. 

Segundo ela, o PT tem direito a um minuto e meio de tempo de televisão. O partido negocia alianças com o PSB, PC do B e Pros.

O público aguardou até as 23h45 para a apresentação de Chico Buarque e Gilberto. Chico se apresentou inicialmente sozinho, abrindo sua participação com a música "Gota D'água". Ele entoou versos de "Deus lhe pague" antes de convidar Gilberto Gil a subir ao palco, onde cantaram juntos "Cálice". 

Antes, Chico gritou "Lula livre" e foi aplaudido pelo público que aguardava uma manifestação sua. Como de costume, ele evitou fazer um discurso. 

Gil emendou "Maracatu Atômico", de Jorge Mautner e Nelson Jacobina.

Gil disse que o ato deste sábado representava a "luta democrática". 

"A vida moderna demanda hoje que estejamos engajados na luta democrática". Gil e Chico encerraram sua participação com a música "Aquele abraço". 

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, a música "Maracatu Atômico" é de Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Reportagem também informava incorretamente o tempo de TV do PT, que é de um minuto e meio de tempo, e não, um segundo e meio.

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