Alvaro Dias oficializa candidatura neste sábado e ainda busca ampliar apoio

Senador quer aliança com partidos pequenos, como Pros, PRTB, Patriotas e DC

Ana Luiza Albuquerque
Curitiba

O senador Alvaro Dias oficializa sua candidatura à Presidência pelo Podemos em convenção neste sábado (4), em Curitiba, com o apoio do PSC e PRP.

Na quarta (1º), o PSC desistiu da candidatura própria e decidiu que o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro (PSC) ocupará a vice de Dias. No mesmo dia, o PRP também fechou aliança com o Podemos. O general reformado Augusto Heleno Pereira (PRP) foi cotado para vice de Jair Bolsonaro (PSL), no entanto as siglas não chegaram a um acordo.

Dias ainda espera garantir o apoio de outros partidos pequenos, como Pros (que estabeleceu conversas com todas as principais campanhas), PRTB (que negocia com o PSL), Patriotas e DC. 

Caso conseguisse fechar aliança com todos, o candidato teria cerca de um minuto de tempo de TV em cada bloco de 12min30s. Juntos, os partidos somam R$ 118 milhões do fundo eleitoral.

O senador chegou a negociar com partidos do centrão, como o PRB, que, mesmo receosos com o desempenho de Geraldo Alckmin (PSDB), acabaram escolhendo apoiar o tucano. O nome de Dias foi, inclusive, aventado para vice de Alckmin —ideia rechaçada diversas vezes pelo senador. 

O presidenciável foi governador do Paraná na década de 1980. Com duas passagens pelo PSDB que somam cerca de 20 anos, ele pode ser, de fato, uma pedra no sapato de Alckmin. Na última pesquisa Datafolha, em junho, Dias aparece com 4% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o tucano, com 6%.

Aliados de Alckmin consideram que Dias é uma barreira para o crescimento do ex-governador de São Paulo no Sul e Sudeste, onde o PSDB se destaca historicamente.

Com discurso contrário à corrupção, Dias, 73, tem repetido o mesmo mantra: quer “refundar a República”. Para isso, encontrará algumas dificuldades. Uma delas será contornar o fato de que é pouco conhecido fora do Sul. Otimista, ele prefere ressaltar sua baixa rejeição como uma vantagem na disputa.

Outra fraqueza de Dias é ter trocado de sigla sete vezes —ele se defende afirmando que mudou de partido para não mudar de lado. 

Por vezes citado como o candidato representante da Lava Jato, Alvaro Dias escolheu a capital paranaense, berço da operação, para oficializar sua candidatura. Em suas redes sociais, não faltam mensagens de apoio à investigação.

Mas ele chegou a ser citado na delação de Pedro Novis, da Odebrecht, que disse que a empreiteira pagou propina a pessoas ligadas a Dias, quando governador, de 1987 a 1991. A Procuradoria-Geral da República, porém, não encontrou indícios suficientes para abrir uma investigação.

Outro ponto controverso é sua relação com o empresário Joel Malucelli, dono da J. Malucelli, empreiteira alvo da 49ª fase da Lava Jato. O amigo de Dias é presidente do Podemos no Paraná e era seu suplente no Senado até julho.

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