Descrição de chapéu Eleições 2018

Candidatos adotam nomes Lula e Bolsonaro nas urnas

Concorrentes a vagas no Legislativo apostam na tática para ampliar votação

João Pedro Pitombo
Salvador

Lula e Bolsonaro prometem um embate acirrado nas eleições para deputado federal e deputado estadual. Cinco Lulas e cinco Bolsonaros, precisamente.

Nenhum deles é parente dos candidatos a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Mas, num ambiente de acirramento da disputa política, escolheram os nomes de seus ídolos na política para levar às urnas.

Emerson, o Bolsonaritano (PSL), disputará uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. E terá a companhia de Gildo Bolsonaro (PSL-PA), Deilson Bolsonaro (PSL-RO), Hélio Bolsonaro (PSL-RJ) e Kelly Bolsonaro (PRP-DF).

Do outro lado da linha ideológica, Eduardo Lula Paiva (PT) disputa uma cadeira de deputado federal pelo Espírito Santo. Em Mato Grosso do Sul, Jairão do PT Lula da Silva quer ser deputado estadual.
 

Neide Lula da Silva (PT) e Neco Lula Livre (Pros) disputarão os votos lulistas em Pernambuco. Já em SP, um petista de Cubatão que disputou quatro eleições como Ivânio Batista foi ainda mais radical. Tornou-se simplesmente Lula.

Candidata a uma vaga na Câmara dos Deputados por Pernambuco, Neide Nascimento (PT) tornou-se Neide Lula da Silva na eleição deste ano.

"Adotei esta marca para defender o companheiro Lula. E acho que pode favorecer a minha candidatura. Lula da Silva é um nome muito forte na minha região", afirma Neide, que tem base política em Jaboatão dos Guararapes.

Ao saber que teria a companhia nas urnas de Neco Lula Livre, que disputa uma vaga na Assembleia Legislativa, animou-se: "Quem sabe não surge uma dobradinha?"

No Distrito Federal, a dona de casa Kelly Cristina dos Santos (PRP) adotou o nome Kelly Bolsonaro para concorrer a deputada distrital. 

Militante de direita, já protagonizou polêmicas. Em 2016, invadiu o gramado no estádio Mané Garrincha com um cartaz contra a então presidente Dima Rousseff (PT).

Ela conta que usa o nome Bolsonaro desde 2014. Por ser considerada radical dentro dos movimentos de direita, passou a ser chamada de Kelly Bolsonaro. "Eles achavam que era uma ofensa, mas para mim é uma honra", afirma Kelly à Folha.

Ela diz que teve autorização de Jair Bolsonaro para usar o sobrenome na urna. "Criei um vínculo, muita gente acha que sou filha do Jair", diz.

Já no Rio, o subtenente do Exército Hélio Barbosa Lopes, antes conhecido como Hélio Negão, passou a usar o sobrenome de Jair. "Sou autorizado por ele, temos uma relação de irmão. Pretendo dar continuidade ao trabalho dele no Parlamento", afirma numa rede social.

Outros três Bolsonaros que realmente têm este sobrenome disputam as eleições deste ano. Dois são filhos de Jair: Flávio Bolsonaro (PSL) concorre ao Senado pelo Rio e Eduardo Bolsonaro (PSL) busca se reeleger deputado federal por SP.

A terceira parente é a professora Valéria Bolsonaro (PSL), de Campinas (SP), que disputa uma vaga de deputada estadual em São Paulo. Mas o parentesco vai longe: ela é mulher de um primo de segundo grau do presidenciável do PSL.

Diz achar que o sobrenome agora famoso pode ajudar a impulsionar sua candidatura. "Mas é para o bem e para o mal. Tem gente que deixou de falar comigo ao saber que eu era uma Bolsonaro", diz.

Já a segunda ex-mulher de Jair, Ana Cristina Valle, que concorreria a deputada pelo Rio pelo PPS usando o sobrenome Bolsonaro, desistiu de entrar na disputa.

Outros quatro Lulas também disputam as eleições para deputado nos estados. Mas, neste caso, são apenas apelidos para outros políticos de nome Luiz.

É o caso de Lulinha, que não é o filho do ex-presidente, mas candidato a deputado estadual pela Bahia e filiado ao DEM --partido que Lula um dia disse querer exterminar.

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