Em seu primeiro pronunciamento como vice da chapa do presidenciável Geraldo Alckimin (PSDB), a senadora gaúcha Ana Amélia (PP) afirmou que a decisão não foi fácil.
"Tive a coragem de abrir mão de um mandato a reeleição ao Senado quase certa para um resultado eleitoral incerto", disse ela em vídeo divulgado na rede social Facebook. De acordo com o Datafolha, em pesquisa divulgada em junho, o Alckmin tem 7% das intenções de voto, o pior desempenho para um tucano em quase 30 anos.
"Como senadora, não aceitei mordomias e privilégios, não usei o auxílio moradia ou outros benefícios pagos com dinheiro dos contribuintes e continuarei assim quando chegar a vice-presidência. Sou contra o foro privilegiado e a favor da prisão em segunda instância. Apoio incondicionalmente a operação Lava Jato", afirmou.
Nesta quinta (2), quando seu nome foi anunciado, Alckmin a chamou de "vice dos sonhos", durante entrevista ao Central das Eleições, da GloboNews. A caça ao vice de Alckmin envolvia mais três nomes além do de Ana Amélia —o do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), o do ex-ministro Aldo Rebelo (SD-SP) e o do empresário Josué Alencar (PR). O filho do ex-vice presidente José Alencar, morto em 2011, era o mais cotado, mas ele rejeitou o convite na semana passada.
"Como mulher, que ainda é minoria na política, não me curvo às pressões de quem quer que seja. Fiquem certos que eu jamais aceitaria qualquer cargo, qualquer desafio que me obrigasse a defender ou fazer coisas com as quais eu não concordo ou não acredito", disse Ana Amélia em vídeo de pouco mais de dois minutos. .
Formada em comunicação social pela PUC-RS, Ana Amélia, 73, trocou em 2010 a carreira de 40 anos de jornalismo para concorrer a uma vaga ao Senado pelo PP. A senadora é natural de Lagoa Vermelha (RS), e fez a maior parte de sua carreira como jornalista na RBS, empresa afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul.
Ela termina em 2018 seu primeiro mandato e estava empenhada em tentar a reeleição até receber o convite de Alckmin. Ao longo de seus oito anos no Senado, Ana Amélia apresentou 91 projetos de lei e 14 propostas de emenda à Constituição. Seis propostas apresentadas ou relatadas por ela se tornaram lei.
Em 2014, a senadora arriscou-se ao cargo de governadora de seu estado. Na ocasião, contrariou a orientação nacional de seu partido, que apoiou a candidatura de Dilma Rousseff, e cedeu seu palanque para o tucano Aécio Neves (MG), então candidato à Presidência da República.
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