Descrição de chapéu Eleições 2018

Defesa de Alckmin diz ao TSE que contestação feita por Meirelles é ilegítima

MDB aponta erros formais nas atas da coligação tucana, que tem o maior tempo de TV

Letícia Casado
Brasília

Os advogados do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) apresentaram na noite desta segunda-feira (20) a defesa contra a contestação da coligação feita por Henrique Meirelles (MDB), na qual afirmam que o adversário não tem legitimidade para tentar invalidar o grupo político do tucano.

Na sexta (17), Meirelles questionou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) os documentos apresentados pelos partidos que formaram aliança com Alckmin.

Alckmin (PSDB) durante debate entre presidenciáveis na RedeTV!
Alckmin (PSDB) durante debate entre presidenciáveis na RedeTV! - Diego Padgurschi - 17.ago.2018/Folhapress

O argumento central da defesa do tucano é que, segundo a jurisprudência do TSE, só podem contestar uma coligação os partidos que fazem parte dela, e não um grupo adversário. 

Com isso, os advogados do PSDB pedem que o processo seja extinto, sem análise do mérito ou, se for analisado, que seja indeferido.

"O que se vê, com a devida licença, é a mera tentativa de criar um fato político, desprovido de qualquer indício ou evidência de que a vontade individual e autônoma dos partidos tenha sido de alguma forma desvirtuada ou desrespeitada", escreveu a defesa de Alckmin. 

Tanto a contestação feita pelo MDB como o argumento de defesa do PSDB foram antecipados pela coluna Painel.

O MDB aponta erros formais nas atas da coligação tucana, que conta com oito partidos (PPS, PSD, PTB, PP, PR, DEM, PRB e SDD). Isso dá a Alckmin o maior tempo no horário eleitoral gratuito, que começa dia 31.

Na prática, o MDB tenta reduzir em 35% o tempo de Alckmin. Caso a contestação do MDB de Meirelles seja acatada pelo TSE, seis legendas sairiam do grupo.

O país teve sete eleições presidenciais desde o fim do regime militar e, em quatro, venceram os candidatos com mais tempo de TV. Em duas, o vitorioso foi o que teve o segundo maior tempo.

Conforme informou a Folha nesta segunda (20), ministros do TSE consideram controverso o pedido do MDB. Um dos argumentos apontados é justamente a jurisprudência da corte sobre a legitimidade de quem poderia contestar uma coligação presidencial. 
  
Um magistrado destaca, reservadamente, que a irregularidade na ata é mera questão formal e burocrática que pode ser ratificada. Em sua opinião, a falha não consiste em aspecto vital para a legitimidade da coligação e a lisura do pleito.

O caso está nas mãos do ministro Tarcísio Vieira, que ainda não se manifestou.

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.