Denúncia de ex-namorada, medo e ameaça de fome marcaram propaganda eleitoral; veja

Relembre polêmicas do horário eleitoral desde a eleição presidencial de 1989

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São Paulo

Obrigatório nas eleições brasileiras, o horário político marcou pleitos, teve influência em resultados e foi fonte de polêmicas desde 1989, quando os brasileiros voltaram a votar para presidente. Ao longo da história recente do país, propagandas —muitas delas controversas— definiram vitoriosos e ajudaram a afundar candidatos.

Em 2022, o horário eleitoral no rádio e na televisão começa na sexta-feira (26). As propagandas, no primeiro turno, vão até o dia 29 de setembro. No segundo, começam em 7 de outubro e vai até o dia 28 do mesmo mês.

A Folha selecionou algumas campanhas que marcaram as eleições.

A ex de Lula

Em 1989, a campanha de Fernando Collor, do PRN, apresentou uma entrevista com uma ex-namorada de Lula, do PT. Miriam Cordeiro atacava o petista e dizia que ele era racista e que tentara convencê-la a fazer um aborto.

Mãe de uma filha de Lula, ela falou por mais de cinco minutos na propaganda. Dias depois, Lula obteve direito de resposta e usou parte do horário do rival para se defender.

Meu nome é..

Com 15 segundos no horário eleitoral, o médico Enéas Carneiro conseguiu chamar a atenção em 1989.

Seu discurso acelerado e firme era seguido de uma assinatura que virou um bordão marcou o pleito. O candidato do Prona fez 360 mil votos, ou 0,5% do total. Cinco anos depois, em 1994, Enéas chegou a 563 mil votos e ficou em terceiro lugar, atrás apenas de Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Sem artista nem externa

Após grande participação de artistas que apoiaram Lula e Collor e o investimento em produções externas em 1989, um artigo da lei eleitoral em 1993 mudou as regras para o pleito do ano seguinte. A legislação que valeu para a escolha do presidente em 1994 determinava que os programas eleitorais deveriam ser feitos em estúdios, vedava a utilização de gravações externas e proibia a presença de plateia, convidados, atores, personalidades.

A iniciativa partiu de deputados ligados a Leonel Brizola (PDT), que diziam defender campanhas com mais aprofundamento político e falas dos candidatos.

O PT foi quem mais se queixou da nova regra, já que o partido ficou impedido de exibir imagens das viagens de Lula pelo Brasil entre 1993 e 1994, batizadas de Caravana da Cidadania.

Tô com medo

Na primeira vitória em uma eleição majoritária, Lula venceu José Serra e 2002. Mas o tucano não foi a imagem mais marcante da campanha perdedora. Coube à atriz global Regina Duarte ser a cara da derrota do PSDB.

Ela protagonizou uma propaganda em que lia um texto dizendo estar com medo do que aconteceria com o país caso Lula ganhasse a eleição.

"Eu tô com medo", dizia a atriz, que completava: "Não dá para ir tudo para a lata do lixo."

Prato de comida

Talvez numa das campanhas mais tensas da história eleitoral brasileira, uma propaganda de um rival foi determinante para a queda de um candidato em 2014. Quando ameaçava a então presidente Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto, Marina Silva virou alvo do horário eleitoral petista.

A proposta defendida pela candidata, na época no PSB, de dar autonomia para ao Banco Central originou um ataque da campanha do PT. Num comercial de 30 segundos, a comida sumia do prato de uma família enquanto um locutor dizia que decisões importantes para a vida dos brasileiros passariam a ser tomadas por banqueiros e não mais por representantes eleitos.

Marina despencou nas pesquisas e não chegou ao segundo turno, disputado entre Aécio Neves e a petista, que venceu a eleição.

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