Descrição de chapéu Eleições 2018

Eduardo Jorge será vice de Marina Silva, confirma presidente do PV

Presidenciável disse que ex-deputado tem perfil complementar e foi um nome sugerido por ela

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São Paulo

O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, confirmou à Folha que o ex-deputado Eduardo Jorge (PV) será vice de Marina Silva (Rede) na disputa pela Presidência da República.

Dirigentes dos dois partidos se reuniram mais cedo em São Paulo para discutir a aliança. Segundo Penna, os entraves que impediam a coligação foram resolvidos e o PV dará apoio à Rede.

"O partido majoritariamente aceitou a vice da Marina", disse o dirigente. Os acordos estaduais do PV que já estavam fechados serão mantidos, segundo ele. "A Rede concordou. A atitude foi de colaboração."

Pouco depois do anúncio, Eduardo disse que já estava procurando passagem para ir para Brasília no sábado (4), quando a Rede fará a convenção que lançará a candidatura da ex-senadora. "Eu estou pronto [para a tarefa]. Conversei com a Marina. Ela falou que está feliz", afirmou.

Antes da confirmação pelo PV, a presidenciável disse, em transmissão via redes sociais, que Eduardo foi um nome sugerido por ela e que ele tem o perfil complementar desejado pelo partido para ajudar a ampliar o alcance de suas propostas.

Definido o apoio, a ex-senadora comemorou a união em suas redes sociais, dizendo-se feliz por "tão importante decisão".

 

A Rede, partido da presidenciável, ofereceu a vaga aos verdes no fim de semana. Eduardo defendeu na convenção do PV o apoio à ex-senadora e disse estar disposto a ocupar a vice, caso as duas siglas concordassem. Ele era o nome preferido para a função em ambos os lados.

O médico sanitarista, que em 2014 foi candidato à Presidência pelo Partido Verde, afirmou nesta semana que "não tem lógica que dois partidos tão semelhantes fiquem separados numa situação [do país] tão complicada".

Eduardo Jorge, que foi confirmado vice na chapa de Marina Silva, durante evento em São Paulo em maio - Marcus Leoni - 30.mai.2018/Folhapress

Um dos impasses para a coligação eram alianças do PV nos estados que se chocam com composições defendidas pela sigla de Marina. Por causa dos acordos locais, diretórios já haviam se comprometido a apoiar candidatos a governador que a Rede não endossa e que estão ligados a outros presidenciáveis.

A direção nacional do PV decidiu liberar os estados para seguir com alianças já consolidadas. Pelo acordo, a presidenciável concorda em abrir mão do apoio de lideranças verdes em alguns estados.

Em São Paulo, por exemplo, onde a Rede ocupa a vaga de vice do candidato do PMN a governador, Cláudio Aguiar, o PV já anunciou apoio à reeleição de Márcio França (PSB).

Penna disse que o apoio à Rede é um reforço no objetivo estratégico do PV de abrir caminho para coligações na eleição proporcional e eleger candidatos para a Câmara dos Deputados. As duas legendas têm o desafio de atingir votação mínima para ultrapassar a cláusula de barreira e manter o acesso aos recursos públicos para os partidos.

"Nós vamos resistir e sobreviver. Os partidos tradicionais, na reforma política, não tiveram a menor consideração com os partidos ideológicos, sérios", afirmou o presidente do PV.

"A desproporção dos recursos para campanha é uma coisa absurda, asfixiante", continuou ele. Segundo o líder dos verdes, a adesão à campanha de Marina também é uma forma de o partido ter protagonismo nas eleições.

Penna é próximo do ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência. Ele, que foi secretário do tucano no governo paulista, diz que como dirigente procura respeitar a vontade da maioria dos membros da sigla.

"A Rede é um partido com perfil programático próximo ao nosso e vítima também de uma reforma política feita para o extermínio dos pequenos partidos", afirmou.

Antes de fechar com o PV, Marina negociou alianças com siglas como PMN, PPL, PHS e Pros. Nenhuma delas foi adiante. Se continuasse isolada, ela tinha o plano de buscar um vice dentro de seu próprio partido.

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