Descrição de chapéu Eleições 2018

Em evento de mulheres, candidatos prometem parcela feminina em governo

Maior parte dos candidatos presentes condenou a diferença salarial entre homens e mulheres

Isabel Fleck Joelmir Tavares
São Paulo

No primeiro evento que reuniu presidenciáveis já em campanha oficial, os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB) prometeram parcelas de participação de mulheres em seus governos se forem eleitos.

No painel promovido pelo grupo Mulheres do Brasil, comandado pela empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, Ciro afirmou que “perseguirá” um gabinete formado em 50% por mulheres, enquanto Meirelles disse se comprometer a “nomear no mínimo 30% de mulheres para todos os cargos de conselho das empresas estatais”.

 
Grupo Mulheres do Brasil faz encontro com os presidenciáveis Álvaro Dias, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, João Amoêdo, Marina Silva e Vera Lúcia
Grupo Mulheres do Brasil faz encontro com os presidenciáveis Álvaro Dias, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, João Amoêdo, Marina Silva e Vera Lúcia - Marlene Bergamo/Folhapress

Álvaro Dias disse que, se eleito, terá “ao seu redor muitas mulheres” competentes e afirmou que vai aumentar o orçamento da Secretaria das Mulheres, que precisa de um “choque de gestão”.

Além dos candidatos do PDT e do MDB, falaram à plateia composta apenas por mulheres os presidenciáveis Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmim (PSDB), Álvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Vera Lúcia (PSTU). 

Segundo a assessoria, todos os candidatos que têm mais de 1% de intenção de voto foram convidados a participar —com exceção do ex-presidente Lula, que está preso. Entre os que não aceitaram, estão Jair Bolsonaro (PSL) e Guilherme Boulos (PSOL).

Numa tentativa de afagar o público —e o eleitorado feminino, que representa 52% do total— a maior parte dos candidatos presentes condenou a diferença salarial entre homens e mulheres. O enfrentamento à violência contra a mulher também foi apontado pela maioria dos presidenciáveis como uma questão urgente.

“Nós não temos duas humanidades. Não pode haver nenhum tipo de distinção entre homem e mulher e muito menos discriminação. É uma coisa inaceitável”, disse Alckmin, que destacou o fato de ter escolhido uma vice mulher, a senadora Ana Amélia (PP). Nessa linha, Dias ressaltou que trabalha muito bem com mulheres, já que seu partido é comandado por uma, a deputada Renata Abreu.

Meirelles também disse ser “incrível que no século 21 ainda estejamos propondo o absurdo de que mulher deve ganhar menos do que homem”. “Acho que nós devemos enterrar essa parte da história”, disse.

Em 2016, Bolsonaro afirmou, em entrevista ao programa "SuperPop" (RedeTV!) que empregadores preferem contratar homens porque mulheres engravidam —e que, se fosse ele, "não [as] empregaria com o mesmo salário”.

As duas mulheres candidatas, Marina e Vera Lúcia, destacaram problemas que as mulheres enfrentam hoje.

“Eu venho de uma realidade de muita dificuldade que é a mesma de muitas mulheres brasileiras que são subestimadas e têm que provar o tempo todo que pensam, que podem, que fazem”, disse Marina.

A candidata do PSTU, por sua vez, disse ser “impossível resolver o problema da humanidade, da exploração e da opressão enquanto tiver uma mulher oprimida no mundo”.

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