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Empresa falida tem potencial enorme, diz candidato do Novo ao governo do RJ

Para Marcelo Trindade, soluções em áreas como segurança pública dependem de autoridade moral

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Rio de Janeiro

O advogado Marcelo Trindade, ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), vê o estado do Rio de Janeiro como uma “empresa falida”. O “fundo do poço”, para ele, “tem um potencial de ganho enorme”. É o que pretende explorar em sua campanha ao governo estadual pelo Novo.

Escolhido para substituir o técnico de volêi Bernardinho, que desistiu de disputar o cargo, Trindade repete a receita dos candidatos do Novo em todo o país: austeridade fiscal com estímulo a privatizações e concessões de serviços públicos.

Mas ao explicar seu principal mote de campanha no Rio, foge inicialmente desse script. Cita segurança pública e combate à corrupção como prioridades em seu futuro plano de governo a ser apresentado.

“Ninguém vai resolver o problema de segurança no Rio se não tiver autoridade moral para fazer isso. Nem nenhum outro problema. Como um policial militar vai se expor à morte diariamente se o último governador para quem ele fez isso está preso por corrupção deslavada e confessada?”, disse, em referência a Sérgio Cabral (MDB), preso desde novembro de 2016.

Um dos principais advogados de direito societário do país, Trindade afirma que por muito tempo o governo Cabral fez crer que era possível realizar uma boa gestão entregando postos chaves a técnicos, deixando pastas menores disponíveis à barganha política.

Entre os nomes do mercado que ocuparam cargos na administração do emedebista estão os economistas Joaquim Levy (Fazenda) e Wilson Risolia (Educação).

“É a prova de que não adianta a gente acreditar que funciona [pensar]: ‘Ele tem aqueles problemas. A gente sabe como é. Mas ele vai colocar as pessoas legais nos lugares certos. O resto…’ Não existe meia ética. Ele não pode escolher a secretaria em que ele é sério e em que é bandido”, afirmou.

Diferentemente dos demais pré-candidatos, ele defende a manutenção do atual acordo de recuperação fiscal assinado com a União. O motivo é apenas mostrar estabilidade para investidores externos. 

“Isso não quer dizer que não se possa renegociar cláusulas se elas se tornarem inapropriadas.”

Ele defende um ajuste nas contas do estado com melhoria na gestão e redução de gasto com pessoal. Aventa inclusive a demissão de funcionários públicos nos casos em que seja viável. O que, para ele, não é um sinal ruim.

“A empresa falida tem um potencial de ganho enorme, porque ela já chegou no fundo do poço. É difícil imaginar que a gente possa ficar pior”, afirmou ele.

O advogado afirma que assim que sua pré-candidatura foi divulgada, recebeu mensagens de apoio e parabenizando “pela coragem”. “Veja a que ponto chegamos. Alguém se candidata a um cargo honroso e parece um kamikaze. Quase dão pêsames para a viúva antecipadamente”, disse ele.

Trindade se afastou do escritório para se dedicar à campanha. Curiosamente, também é casado com uma advogada, assim como Cabral. A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo foi contratada por diversos fornecedores do estado na gestão do marido, o que é alvo de investigação. Ele ironizou a coincidência.

“Minha mulher é advogada de família. Então, os empresários que quiserem me corromper terão de se separar”, disse.

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