Felipe Picciani, filho de Jorge Picciani (MDB), é solto no Rio

Ele estava preso desde novembro de 2017 sob suspeita de integrar esquema investigado em desdobramento da Lava Jato

Lucas Vettorazzo
Rio de Janeiro | Agência Brasil

O empresário Felipe Picciani, filho do presidente afastado da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani (MDB), deixou a cadeia na manhã deste sábado (25), no Rio.

Ele estava preso, desde novembro de 2017, sob suspeita de integrar esquema investigado pela operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato que mais tarde também levou seu pai à prisão.

Manifestação na porta da Assembleia Legislativa do Rio durante sessão que decidiu soltar o Deputado Jorge Picciani - Ricardo Borges - 17.nov.2017/Folhapress

A operação apura indícios de pagamento de propinas de empresas de ônibus à cúpula do MDB do Rio. Felipe foi solto por decisão proferida na sexta-feira (24) pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas.

Único dos três filhos do primeiro casamento de Picciani a não se envolver na política, Felipe é zootecnista e executivo na Agrobilara, empresa de reprodução de bovinos da família. 

Segundo o Ministério Público Federal, a empresa era usada para lavar dinheiro do esquema por meio de vendas de bois e embriões superfaturados. A suposta participação do filho de Picciani foi mencionada em delação do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes. 

Em depoimento ao juiz Bretas, na própria sexta (24), Felipe negou envolvimento no caso e disse cuidar apenas da parte técnica do negócio. O magistrado entendeu que não haveria fatos que justificassem a manutenção da prisão e determinou sua soltura após pedido da defesa. 

“Determino sua revogação. São nove meses e isso tem que ser levado em consideração. A eventual participação em organização criminosa não me parece robusta. Acho que isto não é o bastante para manter a prisão preventiva”, disse Bretas.

Felipe já havia tido liberdade negada em março deste ano pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli. 

Ele deixa a cadeia quase cinco meses depois de seu pai, Jorge Picciani, ter sido enviado para prisão domiciliar por decisão da segunda turma do STF. Por dois votos a um, ministros alegaram questões de saúde para conceder a liberdade do político, que não retornou ao cargo na Alerj.

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