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Governador gaúcho defende parcelamento de salário dos servidores

Debate entre candidatos ao governo do RS tece críticas à gestão de Sartori (MDB)

Fernanda Canofre
São Paulo

O primeiro debate entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, na noite desta quinta-feira (16), teve críticas ao governo de José Ivo Sartori (PMDB) e os dois candidatos com o segundo maior tempo de TV disputando números entre si. 

Criticado pelos adversários por questões como a redução do efetivo da segurança pública, parcelamento de salários de servidores públicos e proposta de privatização de empresas estatais, Sartori defendeu a política adotada por seu governo nos últimos quatro anos. 



O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, que foi alvo principal dos demais candidatos ao governo estadual
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), que foi alvo principal dos demais candidatos ao governo estadual - Alan Marques - 26.ago.2016/Folhapress

“Nós temos um plano. Queremos sim aderir ao Regime de Recuperação Fiscal. Desejamos sim, privatizar ou federalizar estatais, para concentrar esforços na segurança., educação, saúde, infraestrutura e nas políticas sociais. Durante os três anos de suspensão de pagamento da dívida, prorrogáveis por mais três anos, tornar o Estado sustentável e atrativo para empresas e investimentos. (…) Sou otimista”, disse no encerramento do debate. 

O governo não conseguiu que a Assembleia Legislativa votasse a autorização para o plebiscito sobre privatização das estatais (obrigatório no estado), uma das contrapartidas exigidas pela União para adesão ao RRF. A dívida do RS com o governo federal, um dos estados em situação financeira mais crítica, é de R$ 58 bilhões. 

Durante o debate, num bloco em que os candidatos faziam perguntas entre si, Sartori chegou a discutir com o candidato do PT, Miguel Rossetto, que perguntou: “O senhor diz que quer continuar com o mesmo projeto, quer continuar destruindo o Rio Grande?”. 

O governador devolveu: “Estou estranhando suas colocações, parece que o senhor nunca foi governo, nem estadual, nem federal”, lembrando o cargo de vice-governador ocupado pelo petista, na gestão Olívio Dutra (1999-2003) e a posição de ministro nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (ambos do PT). 

Apesar das críticas ao governador, dois adversários com chance de ir ao segundo turno com Sartori, Eduardo Leite (PSDB), ex-prefeito de Pelotas, e Jairo Jorge (PDT), ex-prefeito de Canoas, também mediram forças entre si. Os dois disputaram números de educação nos dois municípios e se acusaram mutuamente de “demagogia”. Jorge chegou a questionar o candidato tucano sobre uma mudança de posição com relação à privatização do Banrisul, o banco estadual do RS. Antes a favor, Leite agora não é claro sobre posição. 


Na sua fala de encerramento, o candidato, que também é presidente estadual do PSDB, tentou se colar à figura de Luiz Carlos Heinze (PP), o deputado federal mais votado no estado em 2014, que abriu mão da candidatura própria e aceitou a vaga ao Senado, depois que a senadora Ana Amélia Lemos (PP) entrou como vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), para disputar a presidência. 

Heinze relutou em abrir mão da candidatura ao Executivo e não compareceu à convenção final do PSDB que oficializou Leite na disputa. 

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