Governistas dominam CPI que vai investigar atos de Crivella

Prefeito é suspeito de conceder benefícios a evangélicos

Rio de Janeiro

O presidente da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Jorge Felippe (MDB), decidiu nesta quarta-feira (1º) entregar a governistas a CPI que vai investigar o prefeito Marcelo Crivella (PRB) por supostos benefícios a evangélicos no acesso a serviços públicos.

O emedebista instalou a CPI pedida por Jorge Manaia (SD), da base governista, e arquivou solicitações semelhantes dos oposicionistas Paulo Pinheiro (PSOL) e Teresa Bergher (PSDB). Com isso, a comissão deve ser toda formada por governistas.

Crivella gesticulando ao discursar
O prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella durante evento na Vila Kennedy - Mauro Pimentel - 17.mar.2018/AFP

Os três pedidos foram protocolados oficialmente na quarta, fim do recesso, mas Felippe optou por instalar a do aliado de Crivella.

Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella é acusado de oferecer ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas em reunião no Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura.

O prefeito nega favorecimento e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura.

A oposição tentou a abertura de um processo de impeachment, mas foi derrotada por 29 a 16. Ainda assim, o prefeito é réu num processo na Justiça por ferir a laicidade do Estado em nove oportunidades.

Bergher afirmou que vai pedir à Justiça a instalação da CPI que propôs, por entender que o pedido de Manaia se refere apenas a favorecimento na isenção de IPTU, e não a reunião do Palácio da Cidade.

“O requerimento do vereador Manaia, além de ter sido feito bem depois do meu, não fala especificamente daquela reunião no Palácio da Cidade e é menos abrangente. Se o presidente da Câmara não voltar atrás na decisão de instaurar apenas a CPI governista, vou entrar na Justiça, porque isso é um escândalo”, disse a vereadora tucana.

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