Descrição de chapéu Eleições 2018

'Lula Livre' domina ato por Luiz Marinho em SP

Esperança de petistas pela candidatura de Lula à Presidência marcou o evento

 Luiz Marinho falando ao microfone
Candidato ao governo paulista, Luiz Marinho (PT) inicia campanha no centro de São Paulo, com caminhada da Praça Ramos até a praça da Sé - Zanone Fraissat/Folhapress
Anna Virginia Balloussier
São Paulo

Nos adesivos das camisas: “Brasil feliz de novo: Lula”. 

No coro da militância: “Olê, olê, olê, olá, Lula! Lula!” e “Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!”.

No ar: bandeiras vermelhas do PT.

“O Lula vem? Não tá mais preso, não?”, perguntou o desempregado Marcos André, 37, pernambucano como o petista duas vezes presidente do Brasil e candidato a um terceiro mandato —status que deve ser derrubado pela Justiça por conta de sua condenação por corrupção em segunda instância.

Não, Lula não vem. Continua encarcerado em Curitiba. O corpo a corpo pelas ruas do centro paulistano, na verdade, é de Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, o berço sindical do ex-presidente e aposta do PT para o governo paulista.

Marinho está atrás de João Doria (PSDB), Paulo Skaf (MDB) e Márcio França (PSB) com 7% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha de abril. Ele apresentou na quarta (15) um plano de governo farto de referências a Lula. “Parece mais cabo eleitoral que candidato, uai”, disse uma militante nas escadas do Theatro Municipal, onde seu grupo estendeu uma faixa com as palavras de ordem por excelência desta geração petista, “Lula livre”. 

“Só o nome é rua Direita, mas o pessoal da esquerda vai pegá-la pra chegar na praça da Sé”, brincou Arselino Tatto sobre o trajeto que o ato seguiria pelo centro da cidade, um ato para se contrapor aos “coxinhas malditos”. Seu irmão Jilmar Tatto, também presente, é um dos nomes do PT para o Senado.

O outro candidato petista à Casa, Eduardo Suplicy, fez o de sempre: cantou. E uma das músicas prediletas, “Blowin’ in the Wind”, do Bob Dylan, com fundo instrumental providenciado por um músico de rua. Abraçado com ele, Alexandre Padilha, ex-ministro de Lula e Dilma, fazia um “L” de Lula com a mão livre.

Por fim, Marinho com a palavra: “Lula é a nossa grande esperança”.

Quando o ato enfim chegou à Sé, o ex-prefeito ficou boa parte do tempo na segunda fileira atrás da faixa de “Lula Livre” posicionada na escadaria da catedral. Juntou-se a Suplicy, no centro da cena, quando o candidato a senador discursou em prol da liberdade do petista condenado na Lava Jato: “Lula livre! Lula inocente! Lula presidente!”.

Com o microfone, Marinho disse ter “um fundinho de esperança” que Lula vença as batalhas judiciais aptas a impedi-lo de concorrer e volte ao Palácio do Planalto. O tom era mais de campanha nacional do que estadual. Marinho defendeu a necessidade de “revogar as maldades e mazelas do governo golpista”. 

“Nós sabemos que este governo do consórcio PSDB, MDB, DEM e companhia limitada armou o golpe para cassar” Dilma Rousseff e o direito  dos trabalhadores, afirmou.

As demandas locais vieram depois. 

“Vai acabar lerdeza de tartaruga nas obras do metrô de São Paulo”, prometeu o candidato ao Palácio dos Bandeirantes, residência nunca ocupada pelo PT. Criticou ainda uma polícia mais benevolente com o “loirinho dos Jardins” do que com o “neguinho da periferia”. 

O comício encerrou com “Havana”, hit da cantora pop Camila Cabelo, o que fez alguns militantes zombarem: “Agora que a gente vai mesmo pra Cuba”.

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