Descrição de chapéu Eleições 2018

Meirelles faz ataque a Bolsonaro e diz que 'não se pode votar cego pela indignação'

Nova série de vídeos, obtida pela Folha, mira sentimento que impulsiona voto em capitão reformado

Marina Dias
Brasília

A campanha de Henrique Meirelles (MDB) ao Planalto vai estrear, a partir desta semana, uma nova estratégia de comunicação mirando a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas na ausência do ex-presidente Lula (PT).

Em uma série de vídeos que será postada nas redes sociais do candidato, à qual a Folha teve acesso, um narrador afirma que "tão perigoso quanto atravessar uma rua movimentada sem enxergar nada é votar com os olhos cegos pela indignação".

A tática da equipe é atacar um dos sentimentos que impulsiona, segundo pesquisas qualitativas, o voto em Bolsonaro: a indignação, que resulta no chamado voto de protesto contra o atual sistema político.

A narrativa poderá, inclusive, ser replicada na propaganda eleitoral de rádio e TV do presidenciável, a partir deste fim de semana.

A estratégia de Meirelles é a mesma de outros candidatos que se dizem de centro, como Geraldo Alckmin (PSDB), que também escolheu Bolsonaro como alvo prioritário para tentar crescer nas pesquisas. Hoje o tucano tem 9%, segundo o Datafolha, e o emedebista, 1%.

Na imagem de uma das peças da campanha de Meirelles, uma mulher com os olhos vendados tenta atravessar uma avenida com um carrinho de bebê. Em outro exemplo, o motorista de um ônibus dirige com os olhos cobertos. 

O candidato aparece em seguida, dizendo que entende a indignação do povo, a mesma que a dele quando é chamado pelos governos "para resolver problemas que poderiam ser evitados". No fim, Meirelles pede que essa indignação seja usada para "mudar tudo o que está errado e fazer um Brasil do tamanho dos nossos sonhos".

Apesar de estar na vida pública há 27 anos, Bolsonaro se vende como o novo e tem conquistado votos de um eleitor que está cansado da disputa entre os mesmos partidos, que domina a corrida eleitoral há pelo menos duas décadas no Brasil.

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