Ministro diz que reajuste de salários do STF causa preocupação

Supremo aprovou na quarta (8) proposta orçamentária para 2019 que prevê reajuste salarial de 16,38%

Talita Fernandes
Brasília

O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) afirmou nesta quinta-feira (9) que a aprovação de um reajuste de salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) desperta preocupação.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS)
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS) - Pedro Ladeira - 5.jul.18/Folhapress

"Eu até agora não participei de nenhuma reunião do governo que discutiu esse tema. Então eu não tenho uma posição do governo, tenho uma posição pessoal de que o Brasil vive um conflito entre o justo e o possível", afirmou.

O STF aprovou na quarta (8) uma proposta orçamentária para 2019 que prevê reajuste salarial de 16,38%. O aumento deve ser enviado ao Congresso ainda neste mês, onde ainda precisa ser aprovado para ter validade. O índice de 16,38% era pleiteado pela magistratura desde 2015.

O salário de um ministro do Supremo é o teto do funcionalismo e hoje está em R$ 33,7 mil. Com o índice poderá ir para R$ 39,3 mil. Se passar no Legislativo e for sancionado pelo presidente da República, o reajuste terá impacto sobre os salários de juízes e membros do Ministério Público de todo o país (o chamado efeito-cascata), e também de parlamentares, ministros do Tribunal de Contas da União, entre outros.

A proposta de elevação salarial ocorre em um momento em que o país enfrenta dificuldade para gerar novas fontes de receita e precisa reduzir os gastos públicos. A previsão é de que a União feche as contas de 2018 com um déficit de R$ 159 bilhões.

Marun não foi categórico sobre se concorda ou não com o reajuste pleiteado. Por um lado lembrou que a inflação do país teve uma queda nos últimos dois anos, mas ponderou que o aumento pode ser justo se for considerado o período da demanda, de quando indicadores de inflação superaram dois dígitos.

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