Descrição de chapéu Eleições 2018

O primeiro a me chamar foi Lula, dirá Meirelles em estreia de programa na TV

Peça que vai ao ar sábado (1) esconde Temer e apresenta ex-ministro como resolvedor de crises

Marina Dias
Brasília

Em seu primeiro programa eleitoral na TV, o candidato do MDB ao Planalto, Henrique Meirelles, vai se apresentar como um resolvedor de problemas e dirá que o primeiro a chamá-lo diante da crise foi o ex-presidente Lula (PT).

“Quem primeiro chamou foi Lula”, diz o candidato, relembrando a época em que comandou o Banco Central durante os governos do petista. “O Brasil estava em crise e eu assumi a economia e criei 10 milhões de empregos”, completa em referência a uma das principais bandeiras de Lula sobre o mercado de trabalho.

A peça, à qual a Folha teve acesso, vai ao ar no sábado (1) e esconde o presidente Michel Temer, de quem Meirelles foi ministro da Fazenda por pouco mais de dois anos.

 

Quando descreve o período em que trabalhou para o emedebista, de maio de 2016 a abril deste ano, Meirelles não cita Temer, e diz apenas: “me chamaram para consertar os erros da Dilma [Rousseff]”.

O presidente é mencionado nominalmente somente quando o candidato diz que “o mundo não se divide entre quem gosta e quem não gosta de Lula e de Temer, mas entre quem trabalha quando o país precisa e quem não trabalha”.

A equipe de Meirelles avalia que, nesse primeiro momento de campanha na TV, é importante apresentá-lo como um nome experiente e capaz de resolver a crise do país —ele nunca disputou uma eleição presidencial.

Empacado com 1% nas pesquisas, Meirelles tenta decolar principalmente entre os eleitores com mais renda e escolaridade, mas precisa, ao mesmo tempo, se descolar da imagem de Temer, o presidente mais impopular da história.

No início do vídeo, gravado numa espécie de balcão, Meirelles aparece com uma camisa escura dizendo que é “o cara que os governos chamam para resolver os problemas que não sabem a solução”.

Ele diz ainda que não vai prometer muita coisa, destaca que tem “a vida limpa” e afirma que só voltará ao governo se o povo o chamar, ou seja, se eleito como presidente da República em outubro.

“Se promessa resolvesse algo, o Brasil seria uma maravilha. Posso perder seu voto por isso, mas prefiro perder seu voto e ganhar seu respeito”, finaliza.

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