O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, foi homenageado na noite desta terça-feira (21) na abertura do 28º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, em Brasília.
O presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Paulo Tonet Camargo, iniciou seu discurso afirmando que o "jornalismo brasileiro está em luto".
O país, disse, perdeu "um dos mais importantes jornalistas de nosso tempo".
"Perdemos todos nós e perdeu o Brasil com a morte de Otavinho, como chamávamos. Ficam registradas as condolências de toda a radiodifusão brasileira", afirmou.
Camargo defendeu ainda a independência e a pluralidade do jornalismo profissional, o qual, segundo ele, tem cada vez mais confiança da população "em tempos de fake news".
"Nenhum Estado ou ninguém deve decidir o que a sociedade deve saber ou não saber. Ela deve saber tudo e fazer as suas escolhas", disse.
A abertura do evento teve as participações do presidente Michel Temer e da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia.
Em discurso, Temer também homenageou Otavio dizendo que imprensa existe para "ressaltar a liberdade dos indivíduos".
"Ele [Otavio] deixa induvidosamente uma lacuna extraordinária no jornalismo brasileiro", afirmou.
Otavio Frias Filho morreu nesta terça-feira (21) em São Paulo, aos 61 anos, vítima de um câncer originado no pâncreas.
À frente do jornal por 34 anos, foi o mentor do processo de modernização técnica do jornalismo na década de 1980 batizado de Projeto Folha.
Sob a direção de Otavio, a Folha se tornou o maior e mais influente jornal do Brasil, líder em circulação e em audiência, posições que veio mantendo desde então.
O veículo consolidou-se como uma referência no jornalismo apartidário, pluralista, crítico e independente.
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