Descrição de chapéu Eleições 2018

'Outsider' do PT, Márcia Tiburi oficializa candidatura no RJ se dizendo muito política

Lula, em carta lida no ato, afirmou à escritora que ela deve agir com o coração, e não com o fígado

Italo Nogueira
Rio de Janeiro

A escritora Márcia Tiburi, confirmada nesta quarta-feira (1º) como candidata do PT ao governo do Rio de Janeiro, criticou nomes da disputa eleitoral que tentam fugir do rótulo de políticos.

“Não sou que nem aqueles políticos que são filiados a partidos, ocupam cargos políticos, mas dizem que não são políticos. Eu sou muito política”, disse ela.

A candidata afirmou não se ver como uma “outsider”, embora não rejeite o rótulo. Ela foi filiada ao PSOL de 2013 até março, quando entrou no PT.

“Para o povo, que não vai lidar com esses assuntos sociológicos. Acho que posso dizer que sou uma cidadã que está interessada na construção da política e da vida das pessoas”, disse a escritora e filósofa.

Em discurso na convenção do PT que oficializou sua candidatura, Tiburi classificou a prisão do ex-presidente Lula como “a grande mentira brasileira”.

“Lembremos de cada pessoa, sem esquecer que somos aqueles que trazemos Lula nos nossos corações. Lula está preso na grande mentira brasileira, que é a mentira neoliberalista e desse golpe”, afirmou.

No ato, foi lida uma carta de Lula, na qual ele critica os resultados da intervenção federal na segurança pública e a falta de solução do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes.

Ele saudou a candidatura de Tiburi por “juntar numa mesma frase duas palavras que à primeira vista parecem inconciliáveis no Brasil de hoje: alegria e política”.

“Mais de 50 anos de luta me ensinaram que a política não se faz com o fígado, mas com o coração, com alegria. E você, Márcia, parece que chegou para a política sabendo disso”, escreveu o ex-presidente, em carta lida por sua filha Lurian Cordeiro.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), candidato à reeleição, afirmou que todas as candidaturas da sigla são menos importantes do que a defesa do direito de Lula disputar a Presidência.

“Não tem nada mais importante a fazer do que defender a candidatura a presidente do Lula. É uma campanha diferente. Temos que pensar menos na gente. Somos portadores de uma causa: o Lula”, disse ele.

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