O comando do PT decidiu retirar, nesta quarta-feira (1º), a candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo de Pernambuco. Aprovada por 17 votos contra 8, a decisão busca garantir a neutralidade do PSB na disputa presidencial, já que os petistas apoiarão a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Em reação à decisão, Marília disse que "essa não é a última instância. Há ainda o Diretório Nacional".
Os críticos à decisão prometem recorrer ao Diretório Nacional do PT para viabilizar a candidatura de Marília. O Diretório Nacional se reúne nesta sexta-feira.
"Sou a favor de coligação com o PSB e o PC do B para apoiar formalmente Lula, mas abrir mão da candidatura potencialmente vitoriosa de Marília Arraes por uma neutralidade duvidosa é um contrassenso", disse Renato Simões, que foi derrotado na votação.
Secretário de Comunicação do PT, Carlos Henrique Árabe, diz que votou pela soberania de Pernambuco, alegando que a convenção estadual, programada para amanhã, tem legitimidade para indicar Marília.
Esse é o argumento da vereadora. Pelas redes sociais, ela chamou de fake news os rumores de que teria desistido de concorrer e convocou os delegados do partido a votar em favor da manutenção de sua candidatura.
"Não vamos deixar que a esperança do povo de Pernambuco seja usada como moeda de troca", afirmou a pré-candidata.
O líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), informou por meio de sua conta no Twitter que, além de Pernambuco, o PT decidiu apoiar o PSB na Paraíba, Amapá e Amazonas. Ainda não há definição em relação ao Ceará.
Dez integrantes do comando petista apresentaram, nesta quarta-feira (1º), recurso contra a retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco sob o argumento de que a decisão contraria antigas resoluções do partido.
O senador Humberto Costa (PT) deve ocupar uma das vagas ao Senado na chapa pessebista. A outra é do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB), crítico ferrenho do PT e do ex-presidente Lula.
O partido aposta na neutralidade nacional do PSB, o que possibilitaria arranjos locais, e na desistência da candidatura de Márcio Lacerda (PSB) ao governo de Minas Gerais.
O encontro estadual do PT em Pernambuco, que aconteceria nesta quinta-feira (1º), deve ser desarmado.
Até ontem, havia a costura para referendar o nome de Marília durante o encontro local, mas deixando uma ressalva para que a decisão pudesse ser modificada posteriormente em razão de uma decisão da Executiva Nacional do partido.
Na terça-feira, ouvida pela Folha, Marília afirmou que não trataria mais do tema. “Tem coisas que estão na dimensão dos burocratas da política. Não trato mais disso. Meu compromisso com Lula é garantir a ele a maior vitória do PT no Brasil. É isso que Pernambuco vai fazer”, disse.
A vereadora enfrentou resistência dentro do próprio partido desde o ano passado, quando evidenciou o desejo de ser a candidata ao governo. O grupo capitaneado pelo senador Humberto Costa (PT), argumentando a importância do PSB no contexto nacional diante da situação do ex-presidente Lula, preso em Curitiba, defendeu a aliança com Paulo Câmara.
Em 2014, Paulo Câmara apoiou, no segundo turno, o senador Aécio Neves (PSDB) para a Presidência da República e também se posicionou de maneira favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Os aliados de Marília vão insistir para que o encontro estadual seja realizado nesta quinta-feira. “Reitero a importância do respeito ao encontro como instância partidária”, disse a deputada estadual Tereza Leitão (PT).
A decisão do PT já teria sido comunicada ao governador Paulo Câmara. Por meio da secretaria de imprensa, ele afirmou que não iria se pronunciar sobre o assunto.
Dez integrantes do comando petista apresentaram, nesta quarta-feira (1), recurso contra a retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco sob o argumento de que a decisão contraria antigas resoluções do partido.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.