Descrição de chapéu Lava Jato

PF prende banqueiro responsável por lavagem da H. Stern

Ex-governador Sérgio Cabral (MDB) era um dos principais clientes da joalheria

 Eduardo Plass é conduzido por policiais
A Polícia Federal prende o banqueiro Eduardo Plass em nova etapa da Operação Hashtag, desbodramento da Lava Jato no Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil
 
Italo Nogueira
Rio de Janeiro

A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (3) Eduardo Plass, ex-gestor do TAG Bank e da Opus. Ele é suspeito de ser o responsável pela lavagem de dinheiro de R$ 90 milhões da joalheria H. Stern.

O juiz Marcelo Bretas expediu três mandados de prisão temporária, sendo os outros dois contra as sócias minoritárias de Plass: Maria Ripper Kos e Priscila Moreira Iglesias.

De acordo com as investigações da Operação Hashtag, Plass recebia dinheiro em espécie dos diretores administrativos da joalheria em Ipanema, zona sul do Rio, e, posteriormente, transferia os valores para o exterior.

Um dos principais clientes da joalheria que pagava em dinheiro em espécie e sem nota fiscal era o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Os diretores da H. Stern firmaram acordo de delação premiada com o MPF.

É atribuído ao emedebista e a sua mulher, Adriana Ancelmo, a compra de R$ 6,5 milhões de joias em dinheiro em espécie da empresa.

"Pode parecer um volume pequeno frente ao total. Mas ele era sem dúvida o maior cliente com uma movimentação totalmente atípica", disse o procurador Almir Sanches.

O advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, afirmou que os diretores da H. Stern atribuíram injustamente a Cabral a aquisição de joias.

"A operação de hoje foi o primeiro grande passo para se comprovar que os 'bons moços' que se arvoraram em delatores nos processsos julgados até o momento, são, em verdade, oportunistas que trocaram benefícios por mentiras. Talvez agora apareçam as joias e o dinheiro que atribuíram a Sérgio Cabral injustamente", disse Roca, em nota.

O banqueiro já havia sido citado na Operação Eficiência, que prendeu Eike Batista. O TAG Bank do Panamá era o responsável pela conta Golden Rock, usada pelo empresário para pagar propina ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), segundo o Ministério Público Federal.

Na ocasião ele foi conduzido coercitivamente, mas sequer foi indiciado pela PF.

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