Descrição de chapéu Eleições 2018

'Pra ser político, não basta ser gestor', diz Márcio França em convenção

Governador paulista, que tenta a reeleição, fez críticas veladas a João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB)

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São Paulo

Críticas veladas a João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB), citações bíblicas e defesa de Geraldo Alckmin permearam o primeiro discurso do governador Márcio França como candidato à reeleição pelo PSB. A legenda realizou sua convenção neste sábado (4), no prédio da Força Sindical em São Paulo.

Faltou espaço no auditório batizado em homenagem ao deputado federal Paulinho da Força, do aliado Solidariedade, para acomodar representantes dos 14 partidos coligados com o pessebista —o número pode chegar a 16, já que o PSB ainda está em negociação com mais duas siglas, ainda secretas.

Márcio França, do PSB, aparece em telão durante convenção que oficializou sua candidatura
Márcio França, do PSB, aparece em telão durante convenção que oficializou sua candidatura - Adriano Vizoni/Folhapress

No palco, França apareceu pela primeira vez ao lado de suas candidatas a vice-governadora (a coronel PM Eliane Nikoluk, do PR) e a senadora (a medalhista olímpica Maurren Maggi, do PSB). Os nomes foram decididos na sexta (3) e anunciados pelo presidente estadual do PSB, Jonas Donizette, neste sábado.

O candidato ao Senado, Mário Covas Neto (Podemos), chegou ao final. Seu pai, o ex-governador Mario Covas (PSDB), apareceu em imagens ao lado de França, exibidas num vídeo que apresentou o jingle do pessebista. O mote: São Paulo Avança.

O governador justificou a escolha de duas candidatas para compor sua chapa dizendo que, com essa formatação, reproduziria a sociedade brasileira em que mulheres representam 50% da população.

“Pra ser político, não basta ser gestor. É importante, mas mais importante é liderar pessoas, apontar caminhos e gerar esperança”, disse o pessebista no início de seu discurso, após pontuar que “cumpriu cada jornada” da vida.

A fala é um recado a seus principais adversários na corrida eleitoral ao Palácio dos Bandeirantes, Doria e  Skaf, ambos vindos do mundo empresarial.

Sobretudo a Doria, que renunciou à Prefeitura de São Paulo tendo cumprido pouco mais de um ano no cargo. Disse que “alguns famosos acham que é fácil” a vida pública. “Ficam um pouco, se assustam e fogem”, afirmou.

O governador marcou a diferença entre sua trajetória e a dos dois, dizendo que eles têm condições financeiras melhores do que a média da população e mais contato com a iniciativa privada. Por isso, afirmou, não compreenderiam a realidade de quem depende de serviços públicos.

“É uma visão elitizada errada”, afirmou o pessebista sobre seus oponentes.

Questionado se disputaria o voto petista no estado, o governador afirmou que acha difícil que o eleitor de Marinho passe a votar no PSB —um partido que tem “visão mais social”.

França se opôs, por exemplo, à completa privatização de empresas públicas e ao fechamento de escolas e unidades de saúde. Afirmou, no entanto, que é favorável ao modelo de gestão compartilhada —como no caso da Sabesp— e de parcerias público-privadas.

O governador também criticou a comparação das escolas estaduais com o modelo do Sesi e do Senai, utilizados como vitrine por Paulo Skaf, presidente licenciado das duas instituições. Afirmou que as instituições mantidas pelo sindicato patronal cobram mensalidade de R$ 250, o que injeta recursos na instituição, segundo ele, impensáveis para a administração pública.

O candidato do PSB tem fugido do rótulo de esquerdista. Sinal disso é a escolha de uma coronel da Policial Militar para compor sua chapa na eleição.

Aos apoiadores na convenção, fez um discurso defendendo a autoridade policial e citando passagens bíblicas, como a história de Davi e Golias. “Quando o propósito é de Deus, nada segura”, afirmou o governador que tem entre seus aliados o PSC e o PHS, com amplas bases religiosas.

Márcio França aposta no tempo de TV para crescer nas pesquisas eleitorais. O último levantamento do Ibope, divulgado na sexta (3), o colocou empatado com Luiz Marinho (PT) em terceiro lugar, com 3%. Skaf e Doria estavam empatados na liderança, com 22% e 21%, respectivamente.

Para o governador, a aprovação de 26% ao governo estadual identificada pela pesquisa o ajudará na campanha, caso ele consiga associar sua imagem à da administração —rejeitada por outros 50% dos entrevistados pelo Ibope.

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