Descrição de chapéu Eleições 2018

PRB oficializa apoio a Alckmin e cobra participação em eventual governo

Comandante da sigla, Marcos Pereira disse a tucano para nunca esquecer que ajudou a garantir apoio do centrão

Daniel Carvalho
Brasília

O PRB (Partido Republicano Brasileiro) oficializou nesta quarta-feira (1º) apoio à candidatura do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) já cobrando participação em um eventual governo do tucano.

Marcos Pereira, presidente nacional licenciado da sigla —que comanda o PRB na prática—, ressaltou em seu discurso num apertado auditório na Câmara dos Deputados que ele foi um dos responsáveis por fazer com que o centrão apoiasse o candidato do PSDB.

Antes, o bloco formado por DEM, PP, PR, SD e PRB estava dividido entre o pré-candidato tucano e Ciro Gomes (PDT). O presidente do PP, Ciro Nogueira, acompanhou o evento sem discursar.

O pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), em evento em Brasília
O pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), em evento em Brasília - Pedro Ladeira - 26.jul.2018/Folhapress

"Nunca se esqueça, governador, presidente Geraldo Alckmin, que nós do PRB fomos fundamentais para conduzir os partidos do centro democrático para sua candidatura", disse o presidente do partido, que chegou a lançar a pré-candidatura do empresário Flávio Rocha.

O presidente licenciado foi enfático na cobrança: "O PRB quer e pode contribuir com seu governo."

Marcos Pereira disse que, em 2014, quando o PRB resolveu apoiar a reeleição da então presidente Dilma Rousseff (PT), cobrou espaço à mesa, como aliado, para decidir "juntos as políticas de governo e de Estado", mas que "isso nunca aconteceu".

"O que fez a então presidente? Encastelou-se, ignorou as forças políticas e produtivas do país", afirmou, concluindo que a consequência disso foi o impeachment da petista.

A resposta de Alckmin foi imediata. Ao fazer o discurso logo em seguida, Alckmin agradeceu a confiança do partido, disse que não decepcionaria seus membros e que "ninguém faz nada sozinho. Não tem mágica, bala de prata. Tem trabalho e time, equipe para a gente mudar o Brasil".

"Vamos trabalhar muito juntos", afirmou. "Quero os melhores quadros de vocês para estabelecimento de uma agenda."

"Temos que aprender a ser justos. O primeiro do centro democrático que disse 'o caminho é o Geraldo Alckmin' foi o Marcos Pereira. E perseverou. Quando alguns queriam desanimar, ele ficava firme", disse Alckmin, que, no início do evento já havia cantado com a plateia "eu sou republicano com muito orgulho, com muito amor", fazendo alusão ao nome da sigla.

"A gente tem que trabalhar junto, em equipe com este grande time aqui para poder avançar", afirmou o tucano.

Tanto Alckmin como Marcos Pereira fizeram críticas aos adversários tanto da esquerda como da direita, mas sem citar os nomes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL).

"O populismo leva é desemprego, desarranjo das contas públicas. E quem paga a conta é o povo. Extremismo não é caminho. É descaminho. Precisamos agir com absoluta responsabilidade. Não tenho dúvida de que vamos recuperar o emprego e a renda", afirmou Alckmin, salientando que seu compromisso "é não deixar ninguém para trás".

Antes, Marcos Pereira disse que o país havia conseguido sobreviver ao "populismo demagógico da esquerda", mas que temia que o Brasil não conseguisse fazer o mesmo com "uma nova onda de populismo, agora da extrema direita".

"Não é hora de inventar moda. Não tem super-herói, não tem salvador da pátria, não tem mágica. Não se governa o Brasil com frases de efeito ou com bordões. Por isso o PRB decidiu apoiar a sua candidatura à Presidência da República. Geraldo Alckmin representa hoje a única voz serena e o ponto de equilíbrio no meio de tantos arroubos, gritarias, paixões e contendas. Alckmin personifica a competência aliada à para dialogar com opostos", disse o comandante do PRB.

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