Descrição de chapéu Eleições 2018

Presidenciáveis têm quatro dias para oficializar vice, confirma TSE

Lei eleitoral determina que chapas devem ser referendadas até segunda-feira (6) e preocupa PT

Thais Arbex Marina Dias
São Paulo e Brasília

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determina que a escolha dos candidatos, vices incluídos, e a decisão sobre alianças devem ser oficializadas pelos partidos até a próxima segunda-feira (6). 

A lei eleitoral estabelece que as chapas completas devem ser referendadas no período das convenções —de 20 de julho a 5 de agosto—, com o nome do candidato e do vice publicados em até 24 horas depois do prazo, ou seja, em 6 de agosto.

O texto contraria a previsão inicial da maior parte dos partidos, que avaliavam poder esperar até o dia 15 de agosto, prazo final para o registro das chapas, para fazer a escolha dos nomes.

"A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação", diz a lei eleitoral.

A determinação do TSE é observada com atenção pelas principais campanhas, que ainda não definiram os nomes que ocuparão o posto de vice em suas chapas. Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), por exemplo, foram oficializados como candidatos de suas siglas, mas têm dificuldade de encontrar um nome para o posto.

"Sabemos que o prazo para a indicação do vice é de 24h depois da reunião e da feitura da ata, que será no dia 5 de agosto. Então, temos até o dia 6 para escolher", afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi. Segundo ele, os aliados de Ciro farão um encontro no domingo (5) para bater o martelo sobre o vice do presidenciável.

Como informou o Painel, o deputado Silvio Costa (Avante-PE) é cotado para a vaga na chapa do pedetista.

A principal preocupação, porém, se concentra na campanha do PT. O partido pretende lançar o ex-presidente Lula como candidato ao Planalto na convenção da sigla, no sábado (4), mas não indicaria um vice para o petista. 

A ordem era do próprio Lula, que avaliava que a nomeação para a vaga poderia ser entendida como um possível plano B do PT caso ele seja impedido de concorrer.

A programação do PT era deixar a escolha para o dia 15 de agosto, prazo final para o registro das chapas. A definição caberia à executiva do partido e, dessa forma, o partido ganharia tempo na estratégia de levar a candidatura de Lula até o limite.

Neste sábado, além do PT, o PSDB, de Geraldo Alckmin, e a Rede, de Marina Silva, também chancelam seus candidatos. Ambos também não definiram seus vices. 

O tucano está em negociações avançadas com a senadora Ana Amélia (PP-RS) para a vaga, enquanto Marina conversa com o PV, seu ex-partido, para ter o ex-deputado federal Eduardo Jorge como companheiro de chapa.

VARIEDADE DE NOMES

Os rumos das conversas para a escolha dos vices vêm mudando a cada dia, trazendo à tona uma variedade de nomes –boa parte deles de perfil estreante na política.

Exemplo maior disso é a negociação para o vice de Bolsonaro. O general reformado Augusto Heleno (PRP) chegou a ser anunciado em julho, de modo não oficial, como o colega de chapa do deputado federal do Rio. Heleno, porém, negou no dia seguinte que o acordo tivesse sido fechado e descartou integrar a chapa.

As opções do candidado do PSL passaram a ser quatro integrantes de seu partido: um ex-astronauta, Marcos Pontes, um "príncipe", Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Janaina Paschoal, professora de direito e coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, e um político tradicional, o suplente de deputado Luciano Bivar, antigo comandante da sigla.

Na terça (31), um outro militar voltou à órbita do líder das pesquisas, cogitado para assumir o posto: Hamilton Mourão, do PRTB, partido do duas vezes presidenciável Levy Fidélix.

Assim como no caso de Bolsonaro, o vice de Alckmin parecia praticamente definido quando Josué Alencar, do PR de Minas, declarou em julho que recebia "com responsabilidade essa possível indicação". Alencar, filho de José Alencar, vice-presidente nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, desistiu, porém, e

Na Rede, as bolsas de apostas sobre o vice de Marina Silva incluíram um ator, Marcos Palmeira, um cartola, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e um presidenciável de 2014, Eduardo Jorge, do PV.

Mesmo sem os vices, os presidenciáveis já divulgam planos de governo, viajam pelo país em eventos de pré-campanha, participam de sabatinas e até devem se encontrar no primeiro debate na TV, no próximo dia 9, sem ter as chapas esboçadas. 

Nas últimas eleições, o PSDB também deixou para definir o vice perto do prazo, como na escolha de Índio da Costa, então no DEM, para vice de José Serra, em 2010.

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