Descrição de chapéu Eleições 2018

Proporção de adolescentes eleitores será menor nesta eleição, e não maior

Dados atualizados que o TSE divulgou, considerando idade no dia do pleito, contradizem reportagem publicada pela Folha

São Paulo

A proporção de jovens entre 16 e 17 anos que tiraram o título para votar nas eleições deste ano caiu em relação a 2014, não subiu, como a Folha informou no sábado (28). 

 
Prédio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília
Prédio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília; órgão divulgou base de dados atualizada com idade dos eleitores - Lalo de Almeida - 6.jun.2017/Folhapress

Há quatro anos, a proporção de jovens eleitores nessa faixa de idade, cujo voto é facultativo, era de 23,33%. Para as eleições deste ano, é de 21,58%, uma queda de 7,5%. 

A reportagem havia incorretamente informado aumento, de 23,33% para 29,5%.

A divergência ocorreu porque os dados referentes a 2018 que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fornece ao público consideram a idade dos eleitores em maio passado.
 
Nesta quarta (1º), o tribunal divulgou balanço que considera a idade que o eleitor terá no dia votação, em outubro. Assim, uma faixa dos eleitores de 17 anos migra para a de 18 anos. Isso representa uma diferença de 487.948 eleitores entre o publicado pela Folha e o informado agora pelo TSE.

Na base de dados pública do TSE (utilizada pela imprensa, pesquisadores e políticos) não há menção de que possa haver cortes diferentes entre os números do eleitorado de eleições passadas e a atual.
 
Em bases de dados como essa, é comum haver alertas de possíveis problemas na análise dos dados. A própria base do TSE indica que pode haver inconsistência em relação à escolaridade e ao estado civil dos eleitores (cuja informação pode se referir à época do alistamento eleitoral, não à escolaridade ou ao estado civil atual do eleitor).

 
Apenas o TSE tem acesso à data de nascimento dos eleitores, informação que permite fazer o cálculo correto da idade do eleitorado considerando a data da votação. 
 
O tribunal disse que a variação entre as duas bases de dados pode ter ocorrido também devido a uma auditoria feita pela instituição nas informações iniciais. 
 
A assessoria de imprensa do TSE afirmou que o impacto da auditoria é residual, mas não informou o tamanho da mudança. O órgão disse também que deve alterar a forma de divulgar os dados, para deixá-los mais claros.

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