Descrição de chapéu Otavio Frias Filho

Veja a repercussão da morte de Otavio Frias Filho no exterior

Jornalista, dramaturgo e ensaísta, que modernizou o jornalismo brasileiro e comandou a Folha por 34 anos, foi vítima de câncer

São Paulo

Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha de S.Paulo, morreu nesta terça-feira (21) de um câncer originado no pâncreas.

Representantes estrangeiros repercutiram a notícia.

Otavio Frias Filho participa de debate em um congresso da ANJ (Associação Nacional de Jornais) em 2006
Otavio Frias Filho participa de debate em um congresso da ANJ (Associação Nacional de Jornais) em 2006 - Mastrangelo Reino -31.ago.2006/Folhapress

Centro de Informação das Nações Unidas (Unic Rio)

"À frente do jornal Folha de S.Paulo por mais de três décadas, Otavio Frias Filho atuou pelo jornalismo profissional, pela liberdade de imprensa e pela pluralidade de ideias. Seu trabalho na modernização editorial do jornal contribuiu para o debate público e para o processo de redemocratização brasileiro na década de 1980. O Unic Rio expressa condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho."

 

Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo

"A notícia me causa consternação e pesar. Em nome do consulado, transmito as condolências à família e à Folha de S.Paulo, que não seria o jornal pluralista e crítico que é sem o comando do Otavio. Era um grande jornalista, com uma imensa cultura. Várias vezes tive a ocasião de conversar longamente com ele, que tinha um conhecimento profundo da cultura e da política de Portugal. O jornalismo brasileiro seria incompleto sem a contribuição da Folha, e essa contribuição foi profundamente marcada por ele, pelo projeto editorial e pelas mudanças que introduziu. Pessoalmente, estou muito triste porque também o considerava um amigo e uma pessoa muito especial, cuja opinião prezava."

 

Vijay Rangarajan, embaixador do Reino Unido no Brasil

"O jornalismo brasileiro perde uma de suas referências. Conheci Otavio Frias Filho quando visitei a Folha. Fascinante conversar com ele. Inovador, mudou os rumos do jornal e fez dele ainda mais central na mídia do Brasil. Meus sentimentos à família e aos amigos do Grupo Folha."

 

Missão Diplomática dos EUA no Brasil 
 

"A Missão Diplomática dos EUA no Brasil lamenta o falecimento de Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha de S.Paulo, um dos principais jornais do país. No seu início de carreira, em 1983, Frias Filho participou de um intercâmbio profissional do U.S. Department of State e, nos mais de 30 anos em que esteve no comando da Folha, encontrou-se com vários embaixadores e representantes do governo norte-americano, contribuindo para um maior entendimento da relação bilateral."

 

Brieuc Pont, cônsul-geral da França em São Paulo

"O falecimento de Otavio Frias Filho representa uma grande perda para o jornalismo no Brasil. Foi um combatente incansável da liberdade de imprensa a serviço do estado de direito. Condolências aos familiares, amigos e colegas da Folha."

 

Yasushi Noguchi, cônsul-geral do Japão em São Paulo 

"Transmito os sentimentos de grande pesar e de solidariedade neste momento de grande dor. Otavio Frias será sempre lembrado com carinho e respeito por todos deste Consulado-Geral e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão pela sua imensurável contribuição ao jornalismo brasileiro e simpatia pelos assuntos relacionados ao Japão." 

 

Filippo La Rosa, cônsul-geral da Itália em São Paulo

"A figura de Otavio Frias Filho representa um ponto de referência dentro do Brasil republicano. A vocação dele para um jornalismo livre que fosse um pilar do fortalecimento democrático do país era notado por todos. O Brasil perde uma referência, uma voz nobre e respeitada."

 

Sayed Ali Saghaeyan, embaixador do Irã

"Expresso meu profundo pesar pelo falecimento do sr. Otavio Frias Filho, uma personalidade respeitável e exemplar."

 

June Carolyn Erlick, editora-chefe da ReVista - Harvard Review of Latin America e presidente do júri do prêmio Maria Moors Cabot, recebido por Otavio em 1991

"Ele foi um homem incrível. Era muito jovem quando começou a pressionar por mais pluralidade de opinião na Redação em uma época muito difícil no Brasil, quando o país estava emergindo da ditadura. Teve a coragem de promover reformas e defender diversidade de opiniões. Criou um manual que foi um dos primeiros na América Latina. Muitas pessoas o copiaram e a sua ideia de que é preciso estabelecer parâmetros.

Quando estava olhando alguns de seus trabalhos, fiquei impressionada de ver quão relevantes são suas ideias para a atual situação nos Estados Unidos, no Brasil e na América Latina, com as críticas constantes em torno das notícias falsas. Ele introduziu a mídia crítica na Folha, e essa crítica é muito importante em uma época em que as pessoas perderam a fé na democracia e no jornalismo, para restaurar a confiança e o interesse do público nos jornais.

Seria muito fácil para ele herdar o jornal do pai e apenas enriquecer. Mas, em vez disso, ele lutou por ideias, por diversidade. Lutou por eleições diretas, em vez de ter o colégio eleitoral que era o mesmo dos líderes do regime militares.

O exemplo dele é importante para a América Latina e para o Brasil hoje e para os EUA, quando nos encontramos em uma situação muito difícil, na qual a liberdade de imprensa está sendo tolhida. O que ele disse não é que a imprensa está sempre certa, mas sim que a imprensa precisa ter padrões e se conformar a parâmetros, ter autocrítica. E se fizermos isso, as pessoas vão acreditar em nós."

 

Lynette Clemetson, do Knight-Wallace Fellowship, em Michigan  

"Otavio era um verdadeiro entusiasta da nossa missão de enriquecer as vidas e as carreiras de nossos talentosos jornalistas. Como apoiador de longa data de nosso programa, ele permitiu que excelentes repórteres da Folha se unissem a nós para um ano de exploração em Michigan.

Ao visitar nossos fellows e ao nos receber em São Paulo, Otavio tornou possível que jornalistas do mundo todo conhecessem o Brasil e aprendessem em sua Redação. Nossas viagens para São Paulo nunca mais serão as mesmas. Nossos pensamentos estão com todos vocês neste período de luto." 

 

Charles Eisendrath, ex-diretor do Knight-Wallace Fellowship, em Michigan  

"Otavio estava entre os poucos grandes publishers que colocaram sua alma, junto com a sua fortuna, a serviço do jornalismo de mais alto padrão, investindo nos melhores profissionais. Poucos foram os que alcançaram isso. Há muito tempo admiro sua força para lidar com suas responsabilidades. Sempre achei impressionante que essa tarefa tenha caído nos ombros de uma pessoa cuja inclinação natural parecia ser para as artes. Não conheço ninguém, além de Katharine Graham, que tenha, tão dramaticamente e com tanto sucesso, ajustado seus ritmos pessoais às demandas de uma missão tão importante no jornalismo."

 

Steve Coll, responsável pela Escola de Jornalismo da Universidade Columbia

“O jornalismo brasileiro perdeu um importante líder cedo demais —um homem de grandes qualidades que fortaleceu seu jornal e se assegurou de que sua Redação operasse com independência e buscando o interesse público. Ele deixará saudade.”

 

José Francisco Sánchez, diretor da Fundación Santiago Rey Fernández-Latorre

“Sempre o admirei porque foi um publisher de verdade, daqueles que verdadeiramente estão comprometidos com o jornalismo e com a audiência que atendem, dispostos a enfrentar as consequências negativas, sociais e econômicas desse compromisso. Não sobram muitos editores assim no mundo. Um abraço grande para a família e para todo o pessoal da Folha de S.Paulo.”

 

Ferreira Fernandes, diretor do Diário de Notícias, de Portugal

“Um grande jornalista, transformador de um grande jornal, o maior da nossa língua comum. De cada vez que, em Portugal, o Diário de Notícias publicar mais uma matéria da Folha de S.Paulo, estará a cumprir um desejo de Otavio Frias Filho –não o esqueceremos.”  

 

Ernest R. Sotomayor, responsável pelo programa de educação continuada e iniciativas latino-americanas da Escola de Jornalismo da Universidade Columbia

“Com Otavio Frias Filho, a Folha de S.Paulo ofereceu a liderança jornalística no Brasil que o público merecia. Espero que essa tradição de alto padrão seja mantida por aqueles que continuam na Folha.”

 

Patrick Butler, vice-presidente de programas do International Center for Journalists

"O International Center for Journalists ficou profundamente entristecido ao saber da morte de Otavio Frias Filho, que fez tanto para o avanço da qualidade do jornalismo no Brasil. De treinar jovens jornalistas até lançar o 'Manual de Redação' e criar uma 'praça pública' para o debate de temas importantes dentro da Folha de S.Paulo, o sr. Frias Filho mudou o panorama do jornalismo brasileiro para melhor. O ICFJ tem satisfação de trabalhar com a Folha de S.Paulo através dos anos, e desejamos que essa colaboração continue. Vamos sentir falta da visão e da liderança do sr. Frias Filho."

 

Jornal Público, de Portugal

"Iniciativas então pioneiras na imprensa brasileira, como o lançamento de um 'Manual de Redação', publicado pela primeira vez em 1984 e regularmente atualizado desde então, ou a nomeação de um ombudsman, em 1987, ou ainda a criação da rubrica fixa 'Erramos' contribuíram para consolidar o prestígio da Folha de S.Paulo como jornal de referência."

 

Marco Cortinovis, International Corporate Press Office

"Lamento e quero expressar meu mais profundo sentimento de pesar nesse momento de irreparável perda."
 

 


Manuel Otero, diretor-geral do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura)

"Nosso continente perde um de seus jornalistas mais lúcidos, críticos e incisivos. Meus respeitos à família de Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, diário que comecei a ler morando no Brasil e a cada dia desde então."

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