Veja erros, exageros e contradições dos candidatos de SP no debate da Band

A Lupa checou algumas frases do encontro

São Paulo | Agência Lupa

Sete candidatos ao governo de São Paulo participaram, na noite de quinta (16), do primeiro debate de TV, na Band. A Lupa checou.

Candidatos durante debate ao governo do estado, no estúdio da Band, em São Paulo
Candidatos durante debate ao governo do estado, no estúdio da Band, em São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

“Temos [em SP] a polícia que mais mata e a que mais morre”
Professora Lisete (PSOL)
FALSO
 A polícia que mais mata e que mais morre em confrontos é a do Rio de Janeiro —não a de São Paulo, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2017, 1.127 pessoas morreram em confrontos com a polícia no RJ. Em SP, foram 940. No mesmo ano, 104 policiais —entre civis e militares— foram mortos no RJ. Em SP, foram 60. A taxa de mortes de policiais (calculada sobre o efetivo total) em SP, em 2017, foi de 0,5 a cada mil em serviço. A mais alta do país foi a do Pará: 2 a cada mil em serviço. Procurada, Lisete não respondeu.

“[Com o Corujão da Saúde] reduzimos uma fila de 478 mil pessoas. Em 83 dias, zeramos essa fila”
João Doria (PSDB)
EXAGERADO
 Em seu 83º dia à frente da Prefeitura de São Paulo, João Doria anunciou que havia praticamente zerado a fila de exames da cidade. A Lupa checou esta informação na época: dos 485 mil exames que aguardavam para serem feitos na capital paulista até o fim de 2016, apenas 1.706 (0,35%) não haviam sido atendidos. Mas, enquanto a prefeitura sanava a fila antiga, uma nova se formou: a de pessoas que buscavam realizar exames na rede municipal a partir de janeiro de 2017. Em nota, a assessoria do candidato declarou que “a atual demanda de exames está normalizada, com a capacidade de atendimento maior do que o número de procedimentos recebidos”.

“Eu não proibi caça nenhuma de javali”
Márcio França (PSB)
EXAGERADO
 O Projeto de Lei 299/18, que proíbe a caça de animais em SP, de autoria do deputado Roberto Tripoli (PV), foi aprovado por unanimidade na Assembleia. De acordo com o texto, fica proibida a caça “em todas as suas modalidades, sob qualquer pretexto, forma e para qualquer finalidade, em todo o Estado de São Paulo”. França tinha duas opções: vetar ou sancionar o projeto. Ele o sancionou, transformando-o na Lei Estadual 16.784. Procurado, o governador não respondeu.

“Em SP, um professor em início de carreira tem salário de R$ 2.200, enquanto em outros estados, como o Maranhão (...), o piso é de R$ 5.000”
Marcelo Cândido (PDT)
EXAGERADO
 Desde janeiro de 2018, o salário inicial de um professor que ingressa na rede estadual de SP é de R$ 2.585. Levantamento feito pelo site Professores de Educação Básica do Estado de São Paulo indica que SP paga o 5º menor salário inicial para professores da rede estadual. No Maranhão, de acordo com a Secretaria de Educação do estado, o salário inicial é de R$ 5.750. Em ambos os casos, a jornada semanal é de 40 horas. Procurado, Cândido não respondeu.

“Eu não aceitei coligações porque as coligações são troca-troca (...) Eu preferi não ter compromisso”
Paulo Skaf (MDB)
CONTRADITÓRIO
 Durante a pré-campanha, Skaf chegou a dizer publicamente que estava aberto a negociar a formação de coligações, desde que ele próprio fosse o cabeça de chapa. Em março, no lançamento de sua pré-candidatura, disse que poderia até mesmo se aliar ao PSDB. Também em março, em entrevista à Rádio Cruzeiro, de Sorocaba, ele declarou estar aberto a realização de alianças, “desde que sejam pessoas corretas e honestas”. Procurado, Skaf não respondeu.

“Em nenhum momento o nosso partido [PRTB] teve alguma acusação [na Lava Jato]”
Rodrigo Tavares (PRTB)
FALSO
 Segundo denúncia contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) durante a Operação Lava Jato, o PRTB foi um dos partidos beneficiados com propinas da construtora UTC. A denúncia diz que Argello e outros réus ocultaram e dissimularam a movimentação de R$ 5 milhões por meio de doações para partidos da coligação União e Força, nas eleições de 2014 no Distrito Federal. O PRTB teria recebido R$ 1,75 milhão. Quatro pessoas foram condenadas nesse processo, mas nenhuma delas ligada ao partido. Procurado, Tavares não respondeu.

“Fui ministro do Trabalho (...) e foi o período em que mais geramos emprego nesse país”
Luiz Marinho (PT)
FALSO
 Marinho foi ministro do Trabalho e Emprego de agosto de 2005 a março de 2007. Segundo o Caged, neste período, o Brasil gerou 1,8 milhão de empregos, uma média de cerca de 90 mil novos postos por mês. Ao longo do governo Lula, que durou oito anos, a média de empregos criados por mês foi de 117,4 mil, e, durante o primeiro mandato de Dilma, essa média foi de 99,8 mil. Procurado, Marinho não respondeu.

Contraditório A informação contradiz outra difundida antes pela mesma fonte. Exagerado A informação está no caminho correto, mas houve exagero. Falso  A informação está incorreta.

Chico Marés, Clara Becker , Natália Leal e Plínio Lopes
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