Descrição de chapéu Eleições 2018

Alckmin se apoia em Anastasia em MG para alavancar campanha

Segundo maior colégio eleitoral do país é aposta; candidatos a deputado resistem

Thais Bilenky
Contagem (MG)

Sob pressão por não deslanchar nas pesquisas, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) colou na campanha de Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas Gerais.

Segundo maior colégio eleitoral do país, decisivo na matemática dos votos, o estado é esperança do tucano para chegar ao segundo turno.

Além da liderança de Anastasia nas pesquisas (32%, segundo o Datafolha), o estado vive grave crise econômica sob a gestão Fernando Pimentel (PT, com 22%), o que o torna potencialmente fértil para o apelo antipetista de Alckmin.

Na última quarta-feira (12), o presidenciável esteve na região metropolitana de Belo Horizonte, prometendo uma parceria, se eleito, com o governo do estado para tirar Minas do buraco. Foi sua sexta viagem nos últimos seis meses. A intenção é voltar se possível semanalmente até 7 de outubro.

O candidato a presidência da República Geraldo Alckmin visita confecção do Grupo Guararapes, no Rio Grande do Norte
O candidato a presidência da República Geraldo Alckmin visita confecção do Grupo Guararapes, no Rio Grande do Norte - Felipe Moura / Folhapress

Para os planos se viabilizarem, contudo, é necessária uma permanente operação na tentativa de esconder a imagem de Aécio Neves (PSDB-MG), réu por corrupção com altíssima rejeição. Mas não só.

O desempenho de Alckmin no estado, assim como no país, permanece decepcionante para correligionários. Jair Bolsonaro (PSL) lidera com folga. Embolado no segundo pelotão, Alckmin não se firma nos dois dígitos.

Termômetro de competitividade eleitoral, candidatos a deputado federal e estadual de expressão não compareceram ao ato em Contagem, maior cidade mineira administrada pelo PSDB. Alegaram incompatibilidade de agenda. Mas deixaram críticas subentendidas ao dizer que a equipe de Alckmin é impermeável.

"Quem quebrou o governo federal, como aqui em Minas, foi o PT, porque o PT não tem limite. Para chegar ao poder é um vale tudo", atacou Alckmin, no palanque com Anastasia. "E o pior é que não são eles que pagam a conta. Quem paga a conta é o povo."

Passou, então, a elogiar o aliado. "Deus provê as coisas na hora certa", vaticinou.

"Você não estará sozinho. Estará com o povo de Minas e o governo federal. Vamos fazer a reavaliação da questão fiscal para rapidamente recuperar a capacidade de investimento deste grande estado."

Depois de semanas de insistência no início do ano, Alckmin convenceu Anastasia, senador em metade de mandato, a disputar o governo para garantir um palanque competitivo no estado.

Em campanha marcada por tensão, o aliado em Minas se tornou um farol de otimismo para o tucano, assim como a vice Ana Amélia (PP), senadora bem votada no Rio Grande do Sul. Com quase 16 milhões de eleitores, 11% do total nacional, Minas é priorizada pelo tucano e por adversários.

Para ajudar o correligionário, Anastasia procura reforçar publicamente a necessidade da parceria com o governo federal para tirar Minas da crise. Usa também do jeitinho para aproximá-lo do eleitorado regional. "O sangue dele é mineiro", discursou na quarta-feira, lembrando que o avô de Alckmin era conterrâneo.

Nos corredores da Assembleia e na chapa estadual, porém, a preocupação aumenta.

"Bolsonaro tem boa aceitação aqui, um voto convicto", constatou o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), candidato ao Senado.

Em seu diagnóstico, Alckmin não deve insistir no eleitor do capitão reformado, mas nos de Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) e sobretudo os indecisos.

"Além de se apoiar no palanque de Anastasia", completou. "É isso que dá a ele perspectiva boa no estado."

A campanha do mineiro diz que o candidato está engajado em ajudar Alckmin, mas aposta que a colinha com o número 45 será o principal instrumento para transferir voto.

No palanque em Contagem, talvez de forma impensada, Anastasia resumiu em que reside a esperança de Alckmin para salvar sua candidatura.

Dirigindo-se a Ana Amélia, avisou: "É sempre bom lembrar que Minas e o Rio Grande do Sul são os estados que, nos momentos difíceis, se unem para salvar o Brasil".

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