Descrição de chapéu Eleições 2018

Audiência do horário eleitoral na TV cresce 14% em comparação com 2014

Dados do Ibope registram um aumento no número de telespectadores que assistiram 1ª semana

Gustavo Fioratti Paulo Passos
São Paulo

Os brasileiros estão mais atentos ao horário eleitoral. A audiência média da primeira semana de propaganda neste ano subiu em relação à largada da campanha na televisão em de 2014, segundo dados do Ibope. 

Iniciado no dia 31 de agosto, com exibição em dois horários —entre 13h e 13h25 e entre 20h30 e 20h55— a campanha obrigatória na televisão aberta teve 31,9 pontos de audiência no mercado nacional, somadas as audiências das cinco emissoras do circuito —Globo, Record, Rede TV!, SBT e Band. Essa média foi feita com dados entre os dias 31 de agosto e 6 de setembro. 

Para base de comparação, nos oito dias de estreia de 2014 (o domingo não é considerado pois não há exibição do programa), o horário eleitoral atingiu média diária de 27,9 pontos. Houve, portanto, um crescimento de 14%.

Porém, segundo as mesmas medições, também é possível concluir que o horário eleitoral ainda provoca perda de audiência para as emissoras. 

 

Na semana anterior ao início do programa obrigatório, a média no mercado nacional do primeiro horário, às 13h, foi de 32,7 pontos. Já na primeira semana com a propaganda, ela ficou em 24,2 pontos, uma queda de 26%. Cada ponto equivale a 693,7 mil espectadores em todo o Brasil.

No horário noturno, das 20h30, a queda foi menor em valores percentuais. A semana anterior à estreia da propaganda política registrou audiência de 50,9 pontos, somadas as cinco emissoras. Quando o horário eleitoral começou, o número foi a 39,6, uma queda de 22%.

Líder de audiência, a Globo registra redução assim que o programa eleitoral surge na tela. Entre a novela das sete, “O Tempo Não Para”, e o programa, considerando período entre os dias 3 e 8, houve queda de quatro pontos. Caiu de 25 para 21 pontos (16%).

Na hora do almoço, entre o programa Globo Esporte e a exibição das campanhas para presidente, governador, senadores e deputados, perdeu-se também quatro pontos, queda de 14 para 10.

“Historicamente, o interesse pelo horário eleitoral é progressivo. Ao longo da eleição costuma aumentar” , afirma Felipe Borba, cientista político e professor da Unirio. 

Borba argumenta que ainda é grande o número de pessoas no Brasil que tem apenas a televisão como fonte de informação. “Principalmente o eleitor de baixa renda e baixa escolaridade não tem outras fontes de informação”, afirma. 

Na primeira semana com a propaganda eleitoral, as emissoras de TV aberta perderam participação no share, fatia de audiência em comparação com canais pagos. Houve um aumento de até 47% na participação das emissoras da TV a cabo nessa divisão.

A TV paga não exibe os blocos do horário eleitoral nem inserções de propaganda. 

Obrigadas a passar a propaganda política, as emissoras abertas podem pedir ressarcimento do horário disponibilizado. A restituição é feita com compensação fiscal, elas deixam de pagar impostos para compensar o horário cedido.

Transmitidos desde o dia 31 de agosto, os blocos do horário eleitoral são exibidos de segunda-feira a sábado. 

Nas terças, quintas e sábados são exibidos os programas dos candidatos à Presidência da República e deputados federais. As propagandas de quem disputa vagas de deputados estadual, senador e governador entram nas sextas, segundas e quartas. 

Além dos blocos, os candidatos têm direitos ainda a inserções de 30 segundos nas programações de TV e rádio. 

Entre os candidatos à Presidência da República, Geraldo Alckmin é quem tem o maior tempo da propaganda eleitoral. O tucano ficou com 44% do espaço nos 25 minutos por dia de horário eleitoral. 

Além disso, conta com 434 inserções, de 30 segundos cada, veiculadas entre 5h e 0h. O tucano tem 14 por dia, em média, até 4 de outubro. 

“As inserções [que entram ao longo da programação] são mais importantes, pois pegam o eleitor desprevenido, atingem pessoas que não param para ver o horário eleitoral”, diz David Fleischer, professor e cientista político da UnB.

A candidatura do PT, acumula 19,16% do tempo do bloco TV e terá 189 inserções, seis por dia, em média. 
Segundo pesquisa Datafolha do último dia 10, 64% dos eleitores afirmaram que assistiram ao horário eleitoral dos candidatos à Presidência da República na televisão. 

O levantamento aponta que a maioria da população dá importância à campanha televisiva para a definição do voto. 

Pelo menos 38% dos eleitores afirmam ser muito importante a propaganda obrigatória. Já 28%, dizem que os programas são “um pouco importante”. Outros 35% dizem não dar importância. 

Quem dá mais relevância aos programas televisivos são os eleitores com grau mais baixo de escolaridade (sobe para 42%), de menor renda (42%) e nas regiões Norte (43%) e Nordeste (46%), segundo o Datafolha.

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